E identificou 450 infetados com a Covid-19

As áreas dedicadas a doentes Covid-19 estão concentradas em cinco dos nove pisos do Hospital de S. Sebastião em Santa Maria da Feira.

Uma das unidades que sofreu alterações foi precisamente a de Cuidados Intensivos cuja capacidade quase triplicou. “Antes deste surto, o CHEDV (Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga) tinha uma capacidade de internamento em cuidados intensivos de 11 camas. Fruto da nossa reorganização, ampliámos essa resposta para 30 camas, o que inclui duas áreas para doentes Covid e uma área para doentes não Covid”, afirmou Miguel Paiva, presidente do Conselho de Administração, ao labor.

“Até ao momento não atingimos a capacidade de internamento”, mas, caso venha a ser necessário, o plano de contingência do CHEDV “prevê a possibilidade de alargar ainda mais a capacidade de internamento para estes doentes”, confirmou Miguel Paiva, assumindo que “temos como expectativa, face à evolução da situação, que não tenhamos de chegar a essa fase de ativação do plano de contingência”.

De 17 de março até 16 de abril, 246 doentes Covid-19 positivos foram internados no Hospital de S. Sebastião, tendo sido 109 o número máximo de doentes internados, e 38 faleceram. “Desde que este processo se iniciou, testámos quase 2.770 pessoas e identificámos 450 infetados com a Covid-19”, deu a conhecer o presidente do centro hospitalar, revelando que “a maior parte dos doentes testados foi de Santa Maria da Feira com 41%, depois está Oliveira de Azeméis com 17%, Ovar com 16,5%, S. João da Madeira com 6% e outros concelhos de origem com menos expressão”.

“Há alguns doentes com alta que ficam no hospital por falta de suporte familiar ou social”

Apesar do labor ter conhecimento de que o Hospital de S. Sebastião estaria a precisar de 20 camas para transferir doentes que receberam alta hospitalar, mas não têm para onde ir, Miguel Paiva não falou em números, mas confirmou que “há alguns doentes com alta hospitalar que ficam no hospital por falta de suporte familiar ou social,” e que “esta situação precisa de uma resposta social pois em qualquer momento poderemos precisar dessas camas para doentes na fase mais aguda da doença e seria muito grave se não pudessemos dispor delas por estarem ocupadas por quem não precisa de cuidados hospitalares”.

Até ao fecho da edição, o presidente do centro hospitalar, disse: “temos conseguido que alguns lares acolham os seus utentes após a alta, mas nem todos o fazem e ainda continuamos a ter doentes internados que, tendo alta, não regressam por falta de resposta” e que “a falta de respostas sociais para doentes com alta hospitalar é um problema com o qual a instituição se vem debatendo desde há muito tempo”.

No sentido de resolver esta situação agravada em muitos casos devido à existência de utentes infetados nas intituições de acolhimento de pessoas de terceira idade, “temos dialogado com a Segurança social e as autarquias para que, de acordo com a estrutura de responsabilidades definida, se criem espaços para acolher esses utentes”.

Hospitais de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis não recebem doentes sem retaguarda nem infetados

A possibilidade de o Hospital de S. João da Madeira receber estas pessoas sem retaguarda ou até doentes infetados com Covid-19 está fora de questão. “Desde o início que o nosso plano de contingência definiu o Hospital de S. João da Madeira, bem como o de Oliveira de Azeméis, para a realização de atividade clínica em doentes não infetados” e “é assim que pretendemos que aconteça até ao final deste processo”, esclareceu Miguel Paiva ao labor. Também garantiu que “todos os nossos profissionais de saúde dispõem de equipamentos de protecção individual adequados ao risco das atividades que desenvolvem” nos três hospitais do centro hospitalar e assumiu que “é verdade que o material é gerido com muito rigor, fruto das dificuldades existentes no mercado à escala mundial, mas temos conseguido disponibilizar o necessário”.

O maior desafio enfrentado por Miguel Paiva, enquanto presidente do Conselho de Administração do CHEDV, foi “gerir uma mudança radical na organização do hospital, desde as instalações, aos circuitos e equipas de trabalho num tempo recorde, garantindo o envolvimento dos profissionais e mantendo sempre níveis de resposta adequados às necessidades da população. Felizmente que o enorme brio profissional da maioria das pessoas tem permitido conseguir superar com sucesso esse desafio e manter o ânimo das pessoas perante as dificuldades”.

 

S. João da Madeira

Urgência recebeu menos 2.308 pessoas

Através dos dados cedidos pelo CHEDV a pedido do labor, conseguimos saber que 9.137 pessoas recorreram ao Serviço de Urgência Básica do Hospital de S. João da Madeira entre 1 de janeiro e 15 de abril de 2020, menos 2.308 em comparação com as 11.445 registadas no mesmo espaço temporal em 2019.

Já “o maior impacto” da pandemia no funcionamento da unidade hospitalar sanjoanense foi sentido na “redução da atividade cirúrgica” e na “grande redução das atividades de consulta externa, hospital de dia e realização de meios complementares de diagnóstico”, indicou Miguel Paiva, esclarecendo que “o Serviço de Urgência mantém-se a funcionar como anteriormente, mas aí foram os doentes que deixaram de recorrer em tão grande número”.

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