Empresa sanjoanense está a produzir 500 por dia, mas tem potencial para mais
A Filsousa – Artigos para Calçado Lda foi uma das empresas que contribuiu com a distribuição de viseiras de forma solidária para o combate à pandemia de Covid-19.
E tudo começou quando Hélder Esteves, um dos filhos de António Sousa, sócio-gerente da empresa sanjoanense, que é bombeiro voluntário em Arrifana, percebeu que poderia ajudar a responder à necessidade que estava a ser sentida em relação aos equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde, agentes de proteção civil e em instituições.
À doação de materiais e de valores monetários, juntou-se a mão-de-obra voluntária de um grupo de bombeiros da corporação arrifanense que conseguiu produzir cerca de 4.000 viseiras nas instalações da Filsousa, em S. João da Madeira, que foram distribuídas por unidades de saúde, bombeiros, lares, Misericórdias, farmácias, minimercados, padarias, entre outras entidades do Distrito de Aveiro e de outras zonas do país.
Os pedidos de viseiras continuaram a chegar à Filsousa, mas chegou a um ponto em que a sua produção a título solidário começou a ser insustentável para a empresa. “As pessoas continuaram a vir ter connosco, mas já não tínhamos doações de materiais e não tínhamos a possibilidade de continuar a produzir e a suportar o custo dos materiais”, deu a conhecer Eduardo Sousa, um dos filhos do sócio-gerente, explicando assim a necessidade que sentiram em ter “algum retorno com a produção” das viseiras.
Neste momento, Filsousa entrou em lay off parcial há duas semanas e está a apostar na produção de viseiras para compensar a quebra no setor do calçado.
“A pandemia afetou-nos na medida em que tínhamos 5% dos clientes abertos”, revelou António Sousa, relembrando que antes da Covid-19 a sua empresa, que tem 10 trabalhadores, produzia cerca de 2.000 palmilhas e cerca de 1.000 forras de couro por dia.
Em apenas “dois dias (22 e 23 de abril) já fizemos 500 viseiras por dia, mas temos potencial para mais. Podemos fazer 1.000 viseiras à vontade”, revelou o sócio-gerente sobre este novo produto da Filsousa, que está em processo de certificação, e para o qual, bem como para outros produtos de proteção individual, espera uma regulação dos preços por parte do Governo para combater aquilo que considera ser “uma concorrência desleal” perante os valores praticados por outras empresas.
Viseiras podem ser compradas através da empresa, da sua loja online ou das redes sociais
Em apenas três dias (de 22 a 24 de abril), a Filsousa já recebeu encomendas de “mais de 1.500 viseiras para Portugal, França e Itália”, anunciou António Sousa, assumindo que espera receber “muitas mais” nos próximos dias uma vez que o uso deste e de outros equipamentos de proteção individual virá a ser obrigatório em exercício de ações pessoais e profissionais. “Provavelmente, esta viseira vai ser importante para irmos à praia, é fácil de desinfetar e se a pessoa a riscar, pode só comprar a parte da frente”, deu a título de exemplo o sócio-gerente da empresa.
Após a certificação deste novo produto, a Filsousa pretende deslocalizar a produção de viseiras para as instalações que tem, atualmente inativas, em Milheirós de Poiares, e continuar com a produção de palmilhas e de forras em S. João da Madeira. Esta “decisão pode vir a ser tomada muito rapidamente. Estamos à espera da certificação do produto. A seguir fazemos o investimento” em pessoas e em maquinaria, divulgou António Sousa.
Em relação às expectativas sobre esta nova aposta, “não queria ter nenhumas”. “Preferia fazer o investimento e ele ficar parado” porque “era sinal que tínhamos acabado com o raio do vírus, mas parece-me que não vai ser assim”, confessou o sócio-gerente da Filsousa.
Daqui em diante, “julgamos que estamos em condições de abraçar este projeto e achamos que temos um produto que se adapta a qualquer tipo de realidade no futuro”, concluiu António Sousa.
Estas viseiras são feitas com material desinfetável e esterilizável até 90 graus e estão disponíveis para venda a particulares, empresas e revendedores através da empresa, que pode ser contactada pelo telefone 256 848 095 ou email [email protected], da sua loja online Antifadiga (http://www.antifadiga.pt/index.php?route=common/home) ou das suas páginas nas redes sociais Facebook (https://www.facebook.com/Filsousalda/) e Instagram (https://www.instagram.com/explore/locations/161445857341281/filsousa-artigos-p-calcado-lda/?hl=pt).
Filsousa comemora 24 anos dedicados ao calçado

“O nosso produto de eleição sempre foram as palmilhas e as forras”, destacou o sócio-gerente António Sousa
Desde a sua fundação em 1996, por António Sousa e a sua esposa Maria Filomena Lopes, que a Filsousa é uma empresa de cariz familiar dedicada à produção de componentes de calçado, sobretudo palmilhas e forras, para produtos de alta qualidade, desde a gama clássica, profissional até à desportiva, dirigidos a crianças, homens e mulheres.
O seu crescimento levou à mudança das instalações em Milheirós de Poiares para outras em S. João da Madeira.
Passados 24 anos desde a sua criação, António Sousa pretende passar o testemunho da gerência da empresa aos descendentes. “Ficarei a acompanhar os meus filhos, Hélder e Eduardo, mas a gerência vai lhes ser passada ao longo deste ano”, confidenciou o sócio-gerente e fundador da empresa.

“O nosso produto de eleição sempre foram as palmilhas de montagem e de acabamento e as forras”, destacou António Sousa, indicando que passaram a ter “palmilhas de conforto” e criaram a “marca Antifadiga há sete anos”.
As palmilhas e as forras são produzidas não só para Portugal, mas também para França e Alemanha. Já as palmilhas de conforto amovíveis da Antifadiga podem ser compradas em postos de combustível e na loja online Antifadiga que acabou por ser uma resposta à evolução do comércio digital. “Sentimos necessidade de criar uma loja online para que sempre que tivesse necessidade, o cliente pudesse comprar o produto à nossa empresa”, assumiu o sócio-gerente da Filsousa.
Todos os produtos da Filsousa podem ser comprados na lonja online Antifadiga e estão associados aos slogans de apoio a esta marca, como “segue os meus passos”, “puro prazer de caminhar” e “algo que não se vê, que se sente”. E este último, “infelizmente, aplica-se à viseira porque temos um ´bichinho´ que não se vê, mas que se sente e de que maneira”, constatou António Sousa.