Depois do Porto, seguiu-se a capital do país. A exposição de pintura “(Des) construção”, da autoria de Victor Costa, esteve patente na Galeria São Mamede, em Lisboa. “A série, as acumulações informais e repetições são elementos estruturantes do trabalho” do pintor de Guimarães radicado em S. João da Madeira e puderam ser apreciadas até à passada terça-feira, 2 de junho.
Victor Costa faz pintura através do nosso, do seu, quotidiano “transgredindo-a” (formalmente) e (des) construindo-a. Em “(Des) construção, como o próprio explicou ao labor, “os códigos numéricos derivam de uma aproximação aos códigos usados nas exportações de madeiras visíveis no Porto de Leixões” apropriando-se ainda o artista de outros códigos do seu dia a dia. Esta é “mais uma forma de transgressão”, disse o antigo professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Portoe também fundador do Núcleo de Arte da Oliva, acrescentando que nestas suas obras há como que “uma subversão”.
Devido à pandemia da Covid-19, esta exposição de Victor Costa teve uma pré-inauguração sem público a 13 de março e no dia 18 de abril abriu a visitantes e colecionadores, “de forma controlada”, com acesso apenas por marcação prévia. Entretanto, a 18 de maio, já com Portugal na segunda fase de desconfinamento, a Galeria São Mamede abriu portas a todo o público, respeitando, claro está, as regras impostas pela Direção-Geral da Saúde.
Victor Costa nasceu em Urgeses (Guimarães) em 1944. Frequentou o curso de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, onde também foi docente até 2005, e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Para além disso, foi fundador e diretor do Centro de Arte de S. João da Madeira (1986-2014), bem como responsável pelo Núcleo de Arte da Oliva, o qual dirigiu durante o seu primeiro ano de atividade. É, ainda, fundador e membro do conselho de administração do Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende.
Este artista vimaranense expôs individualmente nos anos 80 e 90 na Galeria Módulo em Lisboa e no Porto e, mais recentemente, na Fundação Júlio Resende, Fundação D. Luís em Cascais, Jornal de Notícias no Porto, Diário de Notícias em Lisboa e Galeria S. Mamede no Porto e em Lisboa. Nota também para a sua participação em mostras coletivas em Nova Iorque, Feiras Internacionais de Arte em Madrid, em Espanha e Basel, na Suíça. Expôs no Luxemburgo, Goa, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Belém do Pará, Niterói, Museu de Belas-Artes de Santiago do Chile, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau e Egipto.
Victor Costa está representado em várias instituições portuguesas e estrangeiras e tem obra pública de cerâmica, vitrais e tapeçaria.