O campo de jogos de Fundo de Vila está, atualmente, a ser alvo de uma requalificação, com a remodelação total dos balneários, a colocação de uma parte da vedação e a instalação de um novo relvado sintético. Com quase 30 anos dedicados à colectividade, Fernando Vultos Sequeira vê, assim, “um sonho de décadas” ficar mais próximo, mas a cobertura do recinto, que daria à associação quase total independência da autarquia em termos de espaços desportivos, ainda vai ter de esperar. “Há muito que esperávamos que a câmara municipal efectuasse uma remodelação completa dos balneários, que já não tinham o mínimo de condições para serem utilizados”, explica o presidente do Fundo de Vila, assegurando que as obras são parte de um projecto pelo qual se debate “há vários anos”.

Com a colectividade focada única e exclusivamente na modalidade de futsal, onde na próxima época irá competir com três escalões de formação, o relvado sintético não é, de todo, o piso adequado e até permitido para os treinos das equipas, pelo que irá servir de apoio. “A pré-época, por exemplo, pode ser realizada aqui, mas depois de começar os treinos têm de ser sempre realizados no piso onde vamos jogar”, refere o dirigente. “Segundo os técnicos, treinar neste tipo de piso e depois jogar noutro faz mal à estrutura muscular e óssea dos atletas”, conta Fernando Vultos Sequeira, admitindo que, nesta altura, face às restrições que a sociedade e o desporto vivem, o recinto “vai ter outro tipo de utilização”, com uma maior procura de espaços exteriores para a realização de actividade física. “Acredito que vamos entrar numa fase em que vai haver muito desporto ao ar livre e este espaço acaba por ser ideal para a prática desportiva”, frisa.

E as obras de requalificação não se deverão refletir apenas no aspeto desportivo já que um espaço renovado deverá contribuir também para uma maior fonte de receita da colectividade que, até então, tem tido autonomia de gestão do espaço. “Antes das obras era o Fundo de Vila alugava o recinto a grupos de pessoas que quisessem vir jogar, o que nos permitia retirar algum rendimento. Penso que não irão existir alterações depois de concluída a requalificação”, explica o dirigente, sublinhando, no entanto, que ainda não tem “nenhuma noção de como tudo vai funcionar”. “Não sei se a câmara municipal vai distribuir horários a outros clubes ou se o espaço vai ser entregue ao Fundo de Vila. De qualquer das formas, estamos disponíveis para as alterações que a autarquia entender fazer”, assegura o presidente da colectividade, que confessa que para o projecto ser perfeito fica a faltar a cobertura do recinto e a colocação de um piso que permitiria ao Fundo de Vila jogar e treinar “em casa”. “Com a requalificação os balneários ficam com condições excecionais para a prática desportiva, só fica a faltar a cobertura do campo, que é algo com que sonhamos há décadas”, refere, recordando que esse tipo de obra “já esteve para ser executada no tempo do presidente Ricardo Figueiredo”. “Chegou a dar ordem para avançar, mas depois falou-se que a cobertura fica muito próxima das habitações e que isso iria prejudicar os moradores e acabou por não arrancar”, conta Fernando Vultos Sequeira, assegurando que, atualmente, há soluções que permitem uma melhor integração com o espaço onde são aplicadas. “Agora há outro tipo de soluções, em vidro, que não são tão caras como isso, que podem ser colocadas aqui e que não prejudicam a vista dos moradores”, revela o dirigente, confessando que gostaria de ver essa obra avançar “ainda durante o mandato do actual executivo”. “Espero que um dia, não muito longe da época em que vamos entrar, isso venha a acontecer. Para mim, como presidente do Fundo de Vila, era um sonho alcançado”, confessa, sublinhando também o facto de que iria permitir aliviar a taxa de ocupação do pavilhão das Travessas, que na próxima época deverá estar ainda mais condicionado devido às limitações impostas pelas autoridades face ao surto de Covid-19. “Dava ao Fundo de Vila independência e aliviava a câmara municipal de alguns problemas, porque a próxima época vai ser uma dor de cabeça. Ano após ano tem havido sempre problemas na gestão dos espaços, mas esta será ainda pior. Devido à situação que se vive não pode haver o mesmo número de treinos e com os mesmos horários como havia antes, quando as equipas são as mesmas, ou até mais. Nós, por exemplo, vamos ter três escalões, mais um do que a época passada. Os treinos e horários terão de ser repensados, bem como a forma de entrar uma equipa e a saída de outra, passando pela limpeza dos balneários. Neste momento é tudo uma incógnita e depois de ouvir algumas explicações dadas pela vereadora e pela protecção civil fiquei ainda mais apreensivo com o início da próxima época e a organização dos treinos”, conta.

Com a conclusão da obra agendada para final de junho, o dirigente espera que a próxima pré-época já possa ser efectuada no espaço renovado. “Em julho estamos a contar chamar os nossos atletas para começarem a fazer algum exercício”, refere o dirigente, que, ainda sem qualquer informação relativamente à nova temporada, assegura que a preparação dos jogadores, nesta fase inicial, irá ser efectuada “sem bola ou treino conjunto”.

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