Mais de 40 artistas reuniram-se para 50 horas de criação na única fábrica de lápis do país
A Cooperativa Cultural “Artistas de Gaia”, em parceria com a Viarco e com o apoio do Turismo Industrial, promoveu uma Maratona de Desenho em S. João da Madeira.
Mais de 40 artistas reuniram-se para 50 horas de criação, desde as 11h00 do dia 5 até às 13h00 do dia 7, na única empresa de lápis em Portugal.
O principal objetivo desta associação, que conta com mais de 650 sócios de Norte a Sul do país, é organizar a Bienal Internacional de Arte de Gaia, que começou em 2015, e nos anos em que não é feita, como é o caso deste, organizam o projeto Onda Bienal através do qual levam a cabo inúmeras atividades ligadas às artes.
Entre as iniciativas realizadas este ano destaque para a exposição de desenho e pintura “A Boca que Olha” do escritor Valter Hugo Mãe, com curadoria de Agostinho Santos, diretor da Bienal Internacional de Arte de Gaia, no Convento Corpus Christi em Vila Nova de Gaia; e a segunda edição da Maratona de Desenho na Viarco.
“Numa era da digitalização, dos computadores, dos programas de desenho, achamos que era bom incentivar os artistas a voltar ao desenho manual”, explicou Agostinho Santos ao labor.
Para o fazer, a organização teve o cuidado de trazer as pessoas à única empresa produtora de lápis do país. “Quisemos homenagear o Zé Vieira, administrador, e funcionários que teimam todos os dias em fazer um objeto que nos é muito caro no sentido de muito útil. Por isso, o termos vindo cá é uma forma de reconhecer o trabalho que por eles tem sido feito”, assumiu o diretor da Bienal Internacional de Arte de Gaia.
As melhores obras vão ser selecionadas e expostas num local que ainda será definido.
Perante um novo desafio, a Viarco voltou a fazer o que é costume: aceitar, abrir portas e apoiar as pessoas e os projetos. “Não o fazemos com o intuito de promover seja o que for porque a experiência cria valor por si só”, considerou José Vieira ao nosso jornal.
Entre os participantes encontramos Rui Costa, de 67 anos, aposentado agora totalmente dedicado às artes depois de uma carreira ligada ao design na indústria metalomecânica, que já tinha visitado a Viarco, mas estava a participar pela primeira vez na maratona. Uma experiência “bastante interessante” pelo “ambiente”, pela “camaradagem” e pela “disponibilidade da Viarco que proporciona materiais e o espaço onde estamos mais descontraídos”, admitiu Rui Costa enquanto estava a “explorar um pouco as potencialidades que têm as matérias primas do desenho produzidas pela Viarco”.