A compra, por parte da junta, de 12 monitores de sinais vitais para oferecer ao Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), procurando dar resposta a necessidades identificadas por esta entidade durante o período mais crítico de combate à pandemia, deu que falar na última Assembleia de Freguesia (AF), realizada na passada sexta-feira.
Nesta que foi a primeira sessão deste órgão deliberativo depois do estado de emergência em que viveu o país devido à Covid-19, a aquisição destes equipamentos de saúde no valor de 35 mil euros “deu pano para mangas”, levando, inclusive, a CDU – Coligação Democrática Unitária a votar contra a primeira revisão do Orçamento de 2020 e a António Neves dos Santos (independente) a abster-se. A primeira por entender que “a doação ao CHEDV era competência do poder central” e que a verba em causa podia, antes, ser encaminhada para famílias carenciadas da freguesia. Já o segundo, embora veja esta decisão da junta como uma “clara precipitação”, quis “dar o benefício da dúvida”.
Ainda a propósito, e aproveitando o facto de, segundo Helena Couto, a junta sanjoanense ter uma boa relação com as congéneres vizinhas, José Miguel Dias perguntou o porquê de não ter havido “uma ação conjunta com as juntas aqui à volta”. “A junta gastou 35 mil euros dos sanjoanenses quando isso é uma competência da administração central”, fez ver este membro da coligação PSD/CDS-PP.
“Achámos que devíamos contribuir à nossa medida”
Em defesa da sua dama – entenda-se junta de freguesia -, a presidente começou por dizer que, após terem falado com o CHEDV, “achámos que devíamos contribuir à nossa medida”. De acordo com Helena Couto, “há uma boa gestão da junta”, o que leva a que haja “dinheiro suficiente” para a tomada de decisões como a da compra dos monitores de sinais vitais.
“É competência do executivo avaliar caso a caso, momento a momento”, afirmou a autarca, não obstante também achar que “cada um tem direito à sua opinião”.