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Prana

O Miguel (Lestre), voz e baixo, o João (Ferreira), guitarra e teclado, e o Diogo (Leite), bateria, fazem música juntos há 12 anos.

“1” é o nome do primeiro EP da banda sanjoanense, lançado em 2008, seguido dos álbuns “Trapo Trapézio” em 2011, “O Amor e Outros Azares” em 2014 e “Ser Nenhum” em 2018.

“Entre o Verde e o Laranja” é o nome do seu segundo EP, lançado em novembro de 2019, cuja apresentação foi interrompida logo depois do primeiro concerto, dado em março deste ano, devido à pandemia.

Os Prana regressaram aos palcos, sexta-feira passada, como banda convidada pelo Município para celebrar o 7º aniversário da Casa da Criatividade que é a maior sala de espetáculos em S. João da Madeira. Este concerto especial teve como convidados especiais os  profissionais de saúde, das forças de segurança e da proteção civil que continuam a estar na linha da frente no combate à Covid-19.

Como se sentem depois deste que foi o vosso primeiro concerto desde que as salas de espetáculo foram fechadas devido à pandemia?

João– Acho que foi uma descarga de adrenalina muito intensa. Tivemos muito tempo a acumular energia de algo que queríamos lançar para o mundo devido aquilo tudo que sabemos. Foi uma tarde muito bem passada, desgastante, e uma noite de prazer no máximo porque na realidade isto é aquilo que adoramos fazer. Por muito mau que seja pararmos durante dois, três meses, em casa, às vezes, isso faz-nos perceber aquilo que realmente gostamos de fazer e o prazer que é ter oportunidades destas. Portanto, foi incrível na realidade e passa num “clique”.

E de terem sido a banda convidada para celebrar o 7º aniversário da Casa e homenagear os profissionais que estão na linha da frente?

Miguel– Uma honra mesmo enorme. Quando se está parado tanto tempo começa a surgir aquela tendência para ter pensamentos maus. Ninguém se vai lembrar de nós, vamos “morrer” enquanto banda, um álbum que vai cair num “buraco negro” e ninguém vai ouvir falar. De repente, vem um convite assim do nada e ainda por cima num contexto tão bonito, a prestar uma homenagem tão importante a pessoas que combateram e ajudaram a combater a pandemia e deram o corpo ao manifesto para que estivéssemos seguros.

Como foi tocar para uma plateia diferente?

Diogo – Foi uma plateia um bocadinho ao desconhecido porque não víamos o rosto completo, só víamos os olhos. Mas quem vê olhos vê corações. Apesar de estarmos com esta distância, sentimos o calor. Eu, pessoalmente, fiquei admirado da reação, principalmente às músicas recentes. Nota-se que o pessoal já ouviu os temas, já os conhecia, portanto, foi gratificante para nós.

“Temos ideias em mente para dar resposta àquilo que fomos vivendo nestes tempos”

A apresentação do novo trabalho foi interrompida logo depois do primeiro concerto devido à pandemia. O que podem adiantar sobre “Entre o Verde e o Laranja”?

João – Na realidade não podemos adiantar muito porque não há nada concreto. Há só intenções de e vontade de. Podemos adiantar não deste trabalho, mas se calhar que temos ideias em mente para dar resposta àquilo que fomos vivendo nestes tempos. Na realidade este é o primeiro de três EP´s, logo se calhar dois EP´s são poucos para descarregarmos as músicas que temos. Mas, sim, é um começo.

Já têm novas datas para continuar a apresentar este novo trabalho?

Miguel– Lá está, tínhamos tudo alinhado antes desta situação e agora é um período de incerteza em que as coisas estão a recomeçar lentamente. Não sabemos bem como nos vamos reinserir naquilo que já estava marcado, se essas coisas vão ou não acontecer e em que circunstâncias é que vão ser feitas. Mas esperamos ter respostas em breve e esperamos poder mostrar este trabalho. É mesmo frustrante termos as músicas para mostrar e não podermos. Portanto, estamos “mortinhos” por voltar à estrada.

Este é o segundo trabalho em que apostam no trio e o primeiro a sair em vinil…

Diogo– Em relação à formação do trio, começámos com o trio no anterior disco, no “Ser Nenhum”. Depois de algumas experiências ao vivo e mesmo com a própria gravação, gostámos, houve uma alteração de estética das canções mais antigas para estas mais modernas e tem sido bastante interessante porque é quase uma reedição do mesmo projeto. Neste disco mantivemos essa ideia, não tem a colaboração de nenhum músico exterior e, mais do que isso, quisemos inovar na própria forma de apresentar. Neste caso, voltar ao vinil. Apesar de ser uma coisa que não é moderna, é das poucas que se vai vendendo agora para um colecionador de música. Este novo EP foi o nosso primeiro trabalho a sair em vinil e é um Maxi Single composto por três músicas. Pela primeira vez não fizemos edição de autor e o trabalho foi editado pela Valentim de Carvalho.

“O mais importante neste momento é o pessoal não cair num fosso de incertezas”

Como se adaptaram nos últimos meses?

Diogo– Para o bem e o para o mal, temos uma cena que por vezes é porreira que é os três somos muito irrequietos. Não nos damos parados seja para fazer besteiras, seja para fazer coisas até um bocadinho acertadas.  Começámos a fazer outras coisas, começámos a divulgar os novos temas gravados a partir de casa, entrevistas, mas claro que é tenso. Fomos dos primeiros a parar e vamos ser dos últimos a recomeçar. Nós os três estamos bem. Cada um dos três com os seus segundos planos, mas está toda a gente a andar, ou seja, estamos com a cabeça ocupada. O que me parece, pelo que temos conversado, o mais importante neste momento é o pessoal não cair num fosso de incertezas.

Como encaram o vosso futuro enquanto artistas?

João– Honestamente…Em relação a esta temática acho que pensamos da mesma maneira que é temos um concerto no dia 12 de junho, vamos dar o nosso melhor e aproveitar. Sinceramente, para amanhã, não faço ideia, ainda não pensei sobre isso.

É caso para dizer vamos viver “Um Dia de Cada Vez” como uma das músicas do vosso mais recente trabalho?

Miguel – Sim. Não deixa de ser irónico que um dos novos temas presentes no “Entre o Verde e o Laranja” se chame exatamente “Um Dia de Cada Vez”. É uma aprendizagem difícil. Não é assim tão fácil aprender a viver assim a vida. É mesmo frustrante tentar viver a vida um dia de cada vez principalmente para alguém que a organiza tão bem.

 

DR

O novo trabalho dos Prana “Entre o Verde e o Laranja” é  composto por três músicas –  “Um dia de Cada Vez”, “Tempo Nosso” e “Vou andar por aí” – e pode ser comprado através da página de Facebook da banda sanjoanense (https://www.facebook.com/pranabanda/) e nas lojas

 

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