“Só não nos aproximaremos mais dos resultados líquidos positivos se por parte do Estado não houver compreensão para pagar, a preços justos, os serviços que lhe prestamos”, salientou o Provedor Pais Vieira
O balanço das contas de 2019 é “muito positivo”. Apesar do resultado ter sido negativo em 139.789 euros, menos 246.401 euros do que em 2018, o cash-flow aumentou significativamente em 204.791 euros, mais 193.870 do que no ano anterior.
O Provedor Pais Vieira relembrou que quando apresentou os resultados “menos entusiasmantes” das contas de 2018 explicou que eram “derivados sobretudo de dois fatores: as despesas extraordinárias com a colocação em marcha das novas respostas sociais em Fajões” e “a desatualização das comparticipações da Segurança Social”. A primeira seria “extraordinária”, por isso “irrepetível”, e a segunda não dependia da Misericórdia porque “o Estado é o nosso maior cliente e frequentemente avalia mal o valor do serviço que lhe prestamos”. Um dos fatores que contribuiu para estes que são “os terceiros melhores resultados do século XXI” foi a atualização em 3,5% das comparticipações da Segurança Social em 2019, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, “permitindo acomodar o custo do aumento e atualização dos salários dos colaboradores e colaboradoras”, considerou o Provedor Pais Vieira durante a sua intervenção na assembleia-geral da Misericórdia, acrescendo a tudo isto a gestão do exercício “sem grandes despesas extraordinárias” que contribuiu para “um controlo melhor sobre a tesouraria”.
“Neste século nunca se verificaram resultados líquidos positivos”, esclareceu o Provedor Pais Vieira, relembrando que enquanto mesário há 25 anos na Misericórdia “só por duas vezes se verificaram superavits, embora sempre residuais”. Por isso, “estamos no bom caminho e só não nos aproximaremos mais dos resultados líquidos positivos se por parte do Estado não houver compreensão para pagar, a preços justos, os serviços que lhe prestamos”, considerou o Provedor.
Estes resultados não resultam de “travão a fundo na atividade ou investimento na nossa instituição, antes pelo contrário, crescemos em número de utentes, em serviços prestados e criámos novas respostas”, esclareceu Pais Vieira.