Mesa e restantes deputados da Assembleia Municipal não são da mesma opinião 

 Logo no início da Assembleia Municipal (AM) do dia 6 de julho, Jorge Cortez protestou contra a minuta da ata da sessão anterior por, na sua ótica, conter uma “incorreção” e uma “omissão”. Contrariamente ao “entendimento” da mesa e dos restantes membros da AM e do que, inclusive, consta da minuta da ata que foi aprovada por unanimidade no final da AM de 29 de junho, quando já não estava presente na sala, o deputado eleito pela CDU – Coligação Democrática Unitária garantiu, esta última segunda-feira, que só se ausentou depois da votação das contas.

“Eu votei a favor das contas e do relatório”, assegurou, acrescentando: “Diz aqui [na minuta da ata] que abandonei. Abandonei sim, depois desta votação ter passado. Eu estava presente. Ouvi os comentários do PS quando o PSD se absteve. E levanto-me após este momento – cá está a omissão – e porque já passava da hora regulamentar. Levantei-me após votação e porque já passava da hora regulamentar. Que não haja nenhuma dúvida”.

“A incorreção prende-se com a votação das contas: foi perguntado sempre quem vota contra, quem se abstém. E durante a assembleia não perguntou quem votava a favor. Acontece que, no momento em que as contas foram à votação, a senhora presidente perguntou quem vota contra e ninguém se manifestou, quem se abstém e manifestaram-se os eleitos do PSD, e a votação ficou assim feita”, defendeu Jorge Cortez.

Já Clara Reis e o resto da AM não interpretaram desta forma. “O nosso entendimento foi o de que o senhor deputado não tinha votado”, sublinhou a presidente do órgão deliberativo municipal, prosseguindo: “Não posso precisar qual foi o momento em que o senhor deputado se ausentou. O que posso precisar é que quando foi o momento da contagem destes votos não estava presente”.

Líder do PS acusa Jorge Cortez de “irresponsabilidade”

Rodolfo Andrade pediu a palavra para dizer à líder da AM que compreendia “a sua perplexidade perante este assunto e a dificuldade em tomar uma decisão agora, porque o que se passou é de uma elevada irresponsabilidade e desconsideração por este órgão”. Para o líder da bancada do Partido Socialista (PS), “o que se passou foi propositado, foi pensado com o objetivo de chegar cá hoje e fazer barulho desta forma”.

“Estou cansado que haja alguns ‘iluminados’ que acham que só porque têm mais 10 ou 20 anos têm toda a razão”, “atirou” Rodolfo Andrade, disparando ainda contra “pessoas do público, bem identificadas, que passam a sessão toda a chamar ‘palermas’ aos membros da Assembleia Municipal”. “Todos somos eleitos pelo povo, pelos sanjoanenses”, e, como tal, “este órgão merece mais respeito”.  Ainda na sua opinião, “o deputado da CDU ausentou-se durante a votação, erradamente e de forma irresponsável”.

Jorge Cortez voltou a ir ao púlpito para apresentar um contraprotesto: “Não reconheço no deputado que esteve aqui antes de mim o direito de afirmar ‘irresponsabilidade’. Tenho o direito de sair quando a Assembleia Municipal termina de forma regulamentar”. E relativamente ao resto, “vou ignorar completamente”, rematou esta sua intervenção.

Clara Reis interveio novamente, dando nota que o protesto ia ficar registado.

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