Depois de esperar um ano e meio pela assinatura do protocolo de gestão deste equipamento municipal
No fundo, o Município e a Ani São-João – Associação dos Amigos dos Animais de S. João da Madeira “formalizaram o que já está a acontecer há um ano e meio”. Ao fim de 18 meses, depois de ter sido adiada “por questões de agenda [por parte do executivo]” e também devido à pandemia que em março passado atingiu o país, a tão ansiada assinatura do protocolo de gestão do Albergue para Animais Errantes teve lugar no Fórum Municipal, na última quinta-feira, permitindo à Ani São-João fazer finalmente “obra nossa, com recursos nossos”, mas sempre mediante autorização camarária, como fez questão de deixar claro a sua presidente.
Em declarações ao labor, já à margem da sessão, Raquel Pinho adiantou que a associação vai construir mais quatro boxes, “oferecidas por um patrono da associação”, e também reforçar a vedação exterior. Isto, após a autarquia já ter resolvido a questão da falta de escoamento. A líder diretiva garantiu ao nosso jornal que “houve obra nesse sentido” e “até agora não tem havido acumulação de águas”, embora seja de opinião que, “se calhar, só no inverno é que poderemos ter a certeza que o problema foi resolvido”.
Cada boxe custará entre 2.500 a 3.000 euros
As novas boxes, adjudicadas desde janeiro de 2019, altura em que a Ani São-João se mudou para este equipamento municipal situado no lugar de Casaldelo, serão destinadas a animais que neste momento se encontram em famílias de acolhimento. O custo de cada uma delas situa-se entre os 2.500 e os 3.000 euros. Mas atenção que estas quatro boxes, assim como as 11 já existentes, continuam a ser insuficientes para albergar todos os animais errantes que chegam às mãos da Ani São-João.
Atualmente, o albergue que resultou da proposta vencedora do Orçamento Participativo Municipal de 2014 acolhe cerca de 150 cães, para além dos “cães e gatos que a associação tem em famílias de acolhimento”. E, por isso, é que mais do que nunca “queremos mais beneméritos e sócios para a associação”, apelou Raquel Pinho.
“Estamos felizes com esta assinatura”
Ao nosso jornal, Raquel Pinho ainda mostrou satisfação pela oficialização da gestão do Albergue para Animais Errantes. “Estamos felizes com esta assinatura por [agora] podermos também nos autonomizar noutras questões como a angariação de outros patronos”, disse, acrescentando que “continuamos a querer edificar o espaço”, “a construir mais boxes até ao limite”. Aliás, segundo informou, “o terreno dá para construir, pelo menos, até 20 boxes”.
Note-se que, nos termos do documento que agora foi assinado, a edilidade disponibiliza o albergue à Ani São-João, que, por sua vez, se compromete a “respeitar, cumprir e fazer cumprir, em articulação com a médica veterinária municipal, todos os procedimentos para a boa execução das normas de funcionamento” do espaço em causa.
“Este momento é um marco da causa animal em S. João da Madeira”
“Este momento é um marco da causa animal em S. João da Madeira”, afirmou o autarca na cerimónia em que também estiveram presentes o “vice” José Nuno Vieira, Raquel Pinho e a sua antecessora, Teresa Oliveira, segundo nota de imprensa remetida ao labor pela câmara. Na ocasião, e lembrando que foi tomada a decisão de “construir mais boxes” do que as que estavam inicialmente previstas, tendo-se “triplicado a capacidade” do albergue, Jorge Sequeira referiu também outras iniciativas do Município no que diz respeito à causa animal como a adoção dos gatos Sanjo e Oliva pelo gabinete dos vereadores da câmara”.
A criação do apoio à esterilização de animais de companhia para famílias carenciadas, a conclusão do processo do estatuto do provedor dos animais, cuja nomeação se concretizará numa próxima sessão ordinária da Assembleia Municipal, e a edificação de um parque de matilhas no Canil Intermunicipal da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria foram assinaladas igualmente pelo edil, de acordo com o mesmo comunicado recebido pelo nosso semanário.