Na época 2018/2019 regressou à Sanjoanense depois de duas temporadas afastado do clube. Quando chegou ainda encontrou alguma coisa do que tinha implementado enquanto treinador da equipa seniores desde 2011 a 2016 ou foi um começar do zero?

Ainda havia muita coisa. Em 2012 iniciou-se um projeto que passava não só pela subida da equipa sénior à 1.ª Divisão, mas também trabalhar na formação de forma a que o clube pudesse começar a viver dos atletas provenientes da sua escola, e na altura tínhamos uma equipa de juvenis com muita qualidade. Quando regressei em 2018/2019 verifiquei que esses jogadores ainda estavam cá e que o clube tinha matéria prima. É certo que houve um intervalo de dois anos e três meses desde a saída até ao meu regresso, que trouxe ideias e experiências diferentes, mas a base estava criada. Foi um regresso onde voltei a pegar no que tinha sido projetado inicialmente, mas de maneira diferente. É obvio que quando se regressa, depois de outras experiências, ganha-se outra visão, traz-se ideias novas ou diferentes que, por vezes, ajudam a melhorar em alguns aspetos. Nós apanhamos esse número de atletas que tínhamos cá, da nossa formação, e conseguimos dar aos adeptos o que queriam, que era regressar à 1.ª Divisão.

Hoje, quase 10 anos depois, o projeto que queria implementar está bem encaminhado, sendo que pelo meio existiu um interregno de mais de dois anos?

Tudo começou quando regressei em 2011/2012. Era uma aposta a três anos subir à 1.ª Divisão e isso foi conseguido no final do terceiro ano. Depois realizamos duas épocas na 1.ª Divisão ao mesmo tempo que criávamos uma equipa jovem que nos anos seguintes lutou pela conquista do título em juniores. Agora, com este regresso considero que o trabalho tem sido positivo e o melhor exemplo disso é a comparação que se pode fazer entre o percurso desportivo do clube, dos nossos adeptos e da afluência ao hóquei em patins desde a temporada 2010/2011 até aos dias de hoje.

“S. João da Madeira e os sanjoanenses respiram hóquei em patins”

E como justifica o crescimento ao nível do apoio que tem existido por parte da massa adepta da Sanjoanense?

S. João da Madeira e os sanjoanenses respiram hóquei em patins. Há mais de 30 anos a modalidade, com os atletas da casa, deu momentos muito bons à cidade, que culminaram com a célebre vitória da Taça das Taças. Isso ficou sempre no espírito sanjoanense, mas acho que estava um pouco adormecido. Lembro-me perfeitamente de treinar neste pavilhão, quando estava nas camadas jovens, e o basquetebol, o andebol e o hóquei em patins estavam na 1.ª Divisão. Entrávamos aqui ao início da tarde e saíamos à noite, sempre com jogos com grande afluência de público e, se calhar, deixamos isso adormecer.

Quando começamos este projeto conseguimos, com atletas da casa, voltar a despertar nos adeptos esse gosto que estava adormecido e isso foi muito importante, mas sem nunca os dececionar dentro de campo, demonstrando sempre uma postura competitiva e ganhadora.

Mas a afluência que se vê nos jogos em casa no hóquei em patins não é a mesma que se assiste noutras modalidades do clube.

Isso não se deve apenas a esse ADN sanjoanense, mas a uma conjugação de diversos fatores. Para além da paixão dos sanjoanenses pela modalidade, temos uma equipa jovem, formada com atletas da casa e que criou com os adeptos uma enorme empatia. Tenho noção que o nosso público prefere que a equipa arrisque para ganhar e acabe por perder por dois ou três golos do que limitar-se a defender para depois fazer um resultado simpático. Isso vai de encontro ao que acho que os adeptos sempre me transmitiram enquanto jogador e agora, como treinador, é isso que procuro transmitir aos atletas. É essa postura que faz com que os adeptos gostem da modalidade e vivam o jogo connosco. Nós arriscamos, tentamos, fazemos jus à raça de sapateiro que se pretende mostrar. Não quero dizer que isso não existe nas outras modalidades e que os seus atletas não dão o máximo, mas o próprio pavilhão cria outra envolvência. Jogar no pavilhão da Sanjoanense é diferente de jogar nas Travessas e tudo isso faz com que, neste momento, nós sejamos, ao nível nacional, uma referência em termos de moldura humana, não só pela quantidade, mas também pela qualidade.

Há duas épocas regressou para assumir a equipa sénior. O que o fez voltar ao clube?

Para poder responder porque entro tenho de dizer porque saí. Era um projeto para o qual tinha algumas ideias e uma vez que não era para seguir como tinha idealizado não fazia sentido ficar, até porque já apresentava algum cansaço. Depois de sair fui conhecer outras realidades e fiz duas épocas muito boas no clube que representava. No início da terceira temporada arrisquei sair da minha zona de conforto e fui conhecer outra realidade, mas não foi a hora certa. O Infante Sagres é um clube com muita tradição, com muita cultura de hóquei em patins, mas não era o momento certo. Financeiramente passava por algumas dificuldades e em termos de staff estava um bocado desapoiado e ao fim de algum tempo apercebi-me que não iria ter condições para levar para a frente o que eu e o presidente, Paulo Castanheira, tínhamos projetado. Como colaboro há alguns anos com a Seleção Nacional inglesa achei que era uma boa altura para dar mais apoio ao selecionador Carlos Amaral, mas, de um dia para o outro, o presidente do hóquei da Sanjoanense ligou-me e fez o convite. Acho que foi a paixão pelo hóquei em patins, pelo clube, e o conhecimento que tinha dos jogadores e saber que podia ser mais um a ajudar que me fez regressar à Sanjoanense.

“O Vítor Pereira, treinador na primeira subida é diferente do da última”

Chegou no início de 2019 para ocupar o lugar de Miguel Resende. Foram necessários alguns ajustes ao plantel?

Quando cheguei a equipa estava em primeiro lugar, mas havia algumas situações que o presidente achava que era necessário resolver bem como o objetivo assumido que era a subida de divisão. A principal prioridade foi trabalhar em prol desse objetivo e realizar alguns ajustes por forma a dar continuidade ao que já havia. Depois disso alcançado a prioridade passou por tentar manter a estrutura que tínhamos. Existiram alguns pontos-chave que foi necessário resolver e tivemos que ajustar um ou outro jogador para compensar os que, entretanto, saíram para adaptar o estilo de jogo e comportamento da equipa a uma 1.ª Divisão.

No ano do regresso levou a equipa de novo à 1.ª Divisão, feito que já havia conseguido na época 2013/2014. Há alguma coisa que diferencie estas duas conquistas?

O Vítor Pereira, treinador na primeira subida é diferente do da última. Como em tudo na vida vamos ganhando experiência e maturidade. A primeira subida de divisão foi vivida com mais emoção. Foi uma subida de sacrifícios, conseguir fazer muito com pouco. Como treinador sinto que nessa altura era mais emotivo. Já a última subida de divisão foi resultado de um percurso mais sólido, e o título de campeão da 2.ª Divisão, que já não acontecia há 18 anos, foi a cereja no topo do bolo.

Quando chegou à Sanjoanense a época 2018/2019 já estava em curso. A subida era um objetivo assumido?

Claro. Quando regressei à Sanjoanense nunca se colocou outro objetivo senão a subida de divisão e se isso não fosse alcançado era um falhanço que teria que assumir. Por uma série de fatores, tudo dizia para não regressar, mas vim pela paixão ao clube e com o objetivo de lutar pela subida e se isso não acontecesse iria ser um fracasso, mas foi mais um desafio que conseguimos superar.

“Nós arriscamos, tentamos, fazemos jus à raça de sapateiro”

Esta época o objetivo passava apenas pela manutenção?

O objetivo era esse. Sabíamos que o campeonato era diferente e quando saiu o calendário de jogos verificamos que levamos com os “tubarões” logo no início. Apesar disso não podíamos desmoralizar. Tínhamos de continuar a trabalhar, a manter a união, o espírito e a motivação para ter o público do nosso lado. Esses primeiros seis ou sete jogos iniciais não correram muito bem, mas acabamos por conseguir entrar no nosso campeonato e chegamos ao final da primeira volta em sexto lugar, empatados com o Braga. A partir daí acho que acreditamos que a Europa era possível e depois de fazermos as nossas contas tudo apontava para um sétimo ou oitavo lugar. Na altura do Natal os jogadores quiseram mais do que a manutenção e falou-se na Europa e o presidente, que é uma pessoa muito comedida, deu uma resposta positiva a essa ideia. A partir dai começamos a encarar a Europa como algo possível.

Então, a partir do Natal a presença numa competição europeia foi um objetivo assumido?

Não. Se existisse essa possibilidade não a íamos deixar fugir, mas a equipa técnica nunca alterou o seu plano de trabalho em função disso. Mantivemos a nossa identidade e quando alguns acordaram já lá estávamos. Sabíamos que era possível, mas não alteramos nada para que isso fosse alcançado, o que demonstra que as coisas estavam bem planeadas, estruturadas e que o clube estava a corresponder. Para mim, como treinador, que comecei a treinar este clube na 2.ª Divisão é uma marca muito importante. Em oito anos à frente do clube poder estar na Europa e saber que posso ter a possibilidade de conquistar algo igual ao que foi conseguido em 1986 é algo que me dá uma enorme motivação e orgulho.

Apesar da época ter terminado de forma antecipada o clube garantiu a manutenção na 1.ª Divisão e a presença na Taça WSE. Pode-se considerar que a época excedeu todas as expetativas?

A época superou as expetativas no sentido em que, sendo uma equipa que veio da 2.ª Divisão, conseguimos, acima de tudo, derrubar aquele “muro” com que se deparou nas jornadas iniciais. Quando uma equipa sobe para o escalão máximo quer entrar devagar e aos poucos conquistar o seu espaço, mas nas seis ou sete jornadas iniciais defrontamos os primeiros classificados da época anterior. Como treinador tinha algumas reticências de como o grupo iria reagir e qual seria o seu comportamento, mas os jogadores estiveram bem e demonstraram uma capacidade de trabalho incansável. Assim, no geral, acho que os objetivos definidos foram excedidos mantendo sempre a identidade da equipa.

“Por uma série de fatores, tudo dizia para não regressar”

Numa equipa que acabava de regressar à 1.ª Divisão, a presença numa competição europeia não é uma meta prematura?

Da forma como está o nosso hóquei em patins e da maneira como a equipa está estruturada considero que não. É por isso que é importante continuar a trabalhar nos escalões abaixo para mostrar aos nossos atletas o nosso potencial e até onde podemos ir. É um trabalho que está a ser feito e com isto temos de ter a mentalidade que devemos ir à Europa, até para premiar os nossos adeptos, a cidade, ganharmos experiência competitiva e dar visibilidade ao hóquei em patins da sanjoanense e a S. João da Madeira. A presença numa prova europeia é uma mais valia para o nosso projeto. Se no próximo ano os atletas receberem uma boa proposta para saírem tem que ser boa quer ao nível financeiro como desportivo, porque desportivamente a Sanjoanense está bem. Isso pode fazer com que o jogador se mantenha no clube porque está motivado. Só se pede ao atleta para dar dentro de campo o que também foi dado pelos adeptos e pela direção.

Apesar do apuramento, a presença na Taça WSE era uma incerteza e só foi assegurada recentemente com a autarquia a garantir apoio ao clube.

Tendo em conta a conjetura atual fomos obrigados a reduzir custos e o plantel e a reformular escalões. A prioridade passa por ter os nossos jovens a competir e dar as melhores condições aos que estão na competição para alcançarem o seu objetivo. Apesar de todos os cortes, na próxima época vamos tentar a manutenção ao mesmo tempo que procuramos crescer e evoluir enquanto respondemos em mais uma frente que conseguimos abrir, que é a Taça WSE. Sem dúvida que o apoio da autarquia, que saiu de uma reunião de câmara, é bastante importante, tal como dos empresários sanjoanenses, nomeadamente os que estão ligados à exportação, que acredito que irão estar ao nosso lado.

Depois da suspensão a época acabaria mesmo cancelada. Como é que toda a estrutura encarou a decisão?

O fim da época foi inevitável, pois a situação assim o obrigou. Em primeiro lugar deve estar a saúde e garantir que o problema não se alastrava. Desportivamente foi um choque ter que parar e ficar na expetativa de não saber o que vai acontecer, ainda para mais quando a Sanjoanense estava num momento crescente. O facto de o campeonato não ter terminado deixou um sabor amargo, não pela classificação, porque já era positiva e não tenho dúvidas que a presença na Europa ia ser alcançada, mas por não ter sido possível levar até ao fim o percurso que tínhamos definido e por não podermos dar rotatividade aos jogadores.

“Mantivemos a nossa identidade e quando alguns acordaram já lá estávamos”

Numa época atípica foram tomadas decisões que não são habituais nem consensuais e a Federação Portuguesa de Patinagem (FPP) optou, ao contrário das congéneres, por realizar uma liguilha para apurar as equipas que descem. Qual a sua opinião?

Posso estar de acordo com a realização de uma liguilha para apurar subidas e descidas, mas o timing é desajustado e, em alguns aspetos, pode colocar em causa a verdade desportiva. Olhando para as equipas que estão na liguilha vê-se que todas se reforçaram, e de que maneira. Organizar essa competição com as equipas da próxima época adultera a verdade desportiva, mas trata-se de um período em que nos temos de reinventar um bocado desportivamente, socialmente e profissionalmente. Acredito que a decisão foi tomada com a melhor das intenções e para que ninguém se sinta prejudicado, mas estes tipos de medidas nunca são consensuais.

Outra das decisões da FPP foi a alteração aos moldes competitivos de alguns campeonatos, como o da 1.ª Divisão Nacional. O que pensa das alterações?

Embora não seja um adepto do play-off concordo com este novo modelo competitivo, apesar de ser mais pesado e cansativo. Neste momento acho que o campeonato transmite a ideia de uma regularidade e com a introdução de um play-off vai permitir jogos de nível elevado com a elite do hóquei em patins. Só há uma situação que vai levar a que alguns clubes terminem a época mais cedo. Os que não vão ao play-off e os que ficam ausentes da luta pela manutenção ficam sem fazer nada e nós vamos trabalhar para, pelo menos, estar aí, mas lutar para participar num play-off, que desde logo garante um lugar europeu, pode ser uma motivação extra para a equipa e um desafio para os jogadores.

É esse o objetivo para a próxima temporada?

O nosso objetivo continua a ser a manutenção, sabendo que depois do excelente campeonato deste ano temos a responsabilidade de demonstrar isso mais uma vez. Não vai ser fácil, porque os nossos adversários reforçaram-se e nós devemos ser a única equipa que vai encarar a nova época sem reforços. Temos uma equipa B onde não foi feita uma única contratação ao exterior, pelo contrário. Se na A saiu um elemento, o José Almeida, na B, a antiga equipa de sub23, tivemos três saídas, mas mantivemos o lote de jogadores da casa.

“A presença numa prova europeia é uma mais valia para o nosso projeto”

E qual o objetivo para a Taça WSE?

A competição europeia é por eliminatórias e não vamos virar a cara a nada. Existem adversários teoricamente muito acessíveis e outros muito complicados, mas se estamos numa liga como a portuguesa, que dizem que é o melhor campeonato do mundo, também temos que nos assumir como uma equipa que poderá dar cartas numa liga europeia.

Isso quer dizer chegar à final?

Vamos, passo a passo, ver até onde podemos chegar. No hóquei em patins tudo pode acontecer, mas continuo a dizer que desde que não nos hipoteque o campeonato, que é a nossa prioridade, tentaremos ir o mais longe possível, tal como na Taça de Portugal. A Taça WSE é para ir o mais longe possível para dar experiência e competitividade aos jogadores.

Qual foi a prioridade para a criação do plantel para a próxima época?

Estamos satisfeitos com o plantel e o importante foi manter a estrutura que tínhamos e os jogadores que estavam emprestados, como o Xavi, o Tiago Freitas, o Facu (Facundo Navarro) e o Hugo Santos. O plantel é o mesmo só se registou a saída do José Almeida, não por opção técnica, mas financeira. O facto de ficarmos com um plantel de 11 jogadores vai obrigar alguns atletas a superarem-se. Se alguns o conseguiram ao longo da época outros nem tanto, como é normal. A saída do José Almeida, se calhar, vai fazer com que o plantel sinta a obrigação de todos darem mais um bocadinho, porque o José Almeida era um elemento muito válido na equipa.

Todos aceitaram continuar porque sentem que aqui têm margem de progressão. Acho que os atletas deram mais importância ao fator desportivo que propriamente o financeiro porque se fosse por aí tinham outro mercado. Aqui sentem-se parte do projeto e isso foi importante para que todos renovassem para a próxima época.

“Temos que nos assumir como uma equipa que poderá dar cartas numa liga europeia”

E acha que a equipa vai ressentir-se com a saída do José Almeida?

Acho que temos elementos para colmatar essa saída. Se antes havia atletas que davam oito agora têm que dar nove e há alguns que apesar dos momentos bons, se calhar, em determinados momentos, ficaram aquém das expetativas. Agora vamos ter de trabalhar para colmatar a saída do José Almeida, porque a equipa ficou sem uma pedra importante que estava bem interiorizada no grupo.

Não é necessário nenhum reforço?

Um reforço ou dois era sempre bem-vindo, mas tem o outro lado. Será que isso não ia prejudicar o processo de evolução de alguns? Se colocarmos isto na balança e tivermos em conta o que é a nossa identidade, o nosso projeto e a ideia do presidente e equipa técnica, consideramos que esta é a melhor solução. Não é a mais fácil, mas é a melhor.

E a equipa tem qualidade para realizar uma época à semelhança da anterior e garantir a manutenção com relativa tranquilidade?

Acredito e estou confiante que sim, mas há vários aspetos que terão que ser analisados. O importante, se calhar, não é andar sempre lá em cima, mas chegar ao fim e estarmos naquele grupo que garante a manutenção.

“O José Almeida era um elemento muito válido na equipa”

Na época passada o clube apostou no escalão de sub23, projeto que foi agora interrompido para lançar a equipa B. Acha uma boa medida?

Acho que sim e apoio a decisão. A última época foi o ano zero para as equipas de sub23, mas a competição nunca foi um verdadeiro campeonato nacional. Era mais um prolongar dos juniores do que propriamente antecipar os seniores.

Com uma equipa B numa 3.ª Divisão os atletas podem ter uma experiência mais próxima da realidade. A exigência é maior e os jogadores vão encontrar adversários mais experientes e equipas bem apetrechadas. Acho que este projeto da equipa B, que é feito por miúdos da casa, com o apoio dos adeptos, tem pernas para andar e para dar cartas na modalidade e serve também para tirar jogadores para o plantel principal.

No passado mês de fevereiro assinalou 10 anos em que iniciou o percurso como treinador sénior masculino, tempo durante o qual garantiu duas subidas à 1.ª Divisão, um título nacional da 2.ª Divisão e a presença numa prova europeia, entre outros feitos. Alguma vez pensou que 10 anos depois iria ter este palmarés?

Não. Levar a Sanjoanense à 1.ª Divisão era algo que queria muito e depois de alcançar essa meta aprendi a traçar e perseguir novos objetivos, mas como nunca sabemos onde é o fim, enquanto não o encontrar vou tentando. Ao longo destes 10 anos orgulho-me do meu percurso como treinador, de ter sido igual a mim próprio e de ter ajudado a colocar a Sanjoanense neste patamar.

E depois de tudo isso qual é o seu próximo objetivo?

Fazer com que a Sanjoanense seja, cada vez mais, um clube sólido na 1.ª Divisão e, ao mesmo tempo, tentar crescer nesta nova meta que é o sonho europeu. Quero subir mais um bocadinho e tentar que esse percurso ascendente se mantenha, sem o transformar numa subida a pique. Nunca me dou por satisfeito pelas conquistas alcançadas, mas orgulhoso e com a sensação de dever cumprido.

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