No centro cívico da cidade
Numa visita recente às obras que estão a decorrer no coração da cidade – leia-se Praça Luís Ribeiro e imediações -, para a qual convidou a comunicação social, Jorge Sequeira já havia tornada pública a intenção deste executivo de acabar com o estacionamento entre os Paços da Cultura e a loja dos CTT, na Rua 11 de Outubro.
Na altura, e conforme noticiou o labor oportunamente, o presidente do Município referiu que “não podemos permitir que a zona mais nobre da cidade em termos arquitetónicos e históricos seja um parque de estacionamento ao ar livre, onde os peões convivem com os carros que fazem manobras perigosas e correm o risco de ser atropelados”. E esta última terça-feira voltou a defender a mesma ideia em reunião de câmara e em resposta a Paulo Cavaleiro que, no período de antes da ordem do dia, lhe tinha pedido para esclarecer “os sanjoanenses sobre o estacionamento”.
Concretamente, o vereador da oposição perguntou ao autarca “quando fica pronto o estacionamento”, deixando claro que este, se a coligação estivesse no poder, “ia ser feito na altura desta intervenção [em curso]”. Além disso, também mostrou preocupação em relação à loja dos CTT. Esta, como disse, “é uma das melhores do país” e “com as obras [e a impossibilidade de estacionamento] estamos a criar um problema e a desviar clientes”. Paulo Cavaleiro ainda foi mais longe afirmando que “podemos correr o risco de a loja fechar”.
Maioria quer pôr fim a “parque de estacionamento ao ar livre completamente degradado”
Depois de assegurar que os trabalhos “estão a decorrer com um ritmo muito satisfatório” e de explicar que a queda de umas grades (outra das questões levantadas por Paulo Cavaleiro) se deveu a “uma ventania”, não sendo por isso, na sua opinião, razão para fazer “um drama”, Jorge Sequeira sublinhou que “um parque de estacionamento ao ar livre completamente degradado [como aquele a que se vinha assistindo naquele local] não é a imagem que queremos para a nossa cidade”.
“Temos de honrar os lugares mais nobres” de S. João da Madeira, vincou o edil, acreditando que “os sanjoanenses [inclusive o próprio vereador Paulo Cavaleiro] vão ficar manifestamente satisfeitos com o resultado” final. Aliás, “as pessoas já conseguem percecionar a mudança de paradigma”, precisamente junto à Capela de Santo António e aos CTT.
“Número global de lugares de estacionamento vai aumentar”
Ainda a propósito da falta de estacionamento na Rua 11 de Outubro não ser positiva para os CTT, como considera a oposição, o líder camarário, para além de assegurar que vão “acautelar as cargas e descargas”, acusou Paulo Cavaleiro de levantar uma “falsa questão”. Isto, porque, como chamou à atenção, “muitas pessoas chegavam de manhã e deixavam ali o carro durante todo o dia”, ou seja, “ocupavam lugares sem rotação”.
Relativamente ao estacionamento em geral, Jorge Sequeira “puxou” do “estudo que aqui [em reunião de câmara] já foi apresentado” para recordar que “o número global de lugares de estacionamento vai aumentar face ao que existe”.
Paulo Cavaleiro ouviu o presidente e pediu novamente a palavra. Primeiro, para lembrar que “já lá existiam lugares para cargas e descargas”. Depois, para frisar que “não podemos ignorar que existia outra alternativa que não se vai concretizar” e que esta, na ótica da oposição, serviria melhor os interesses dos sanjoanenses.
Associação Comercial defende estacionamento entre os Paços da Cultura e os CTT
“Pretendemos a continuidade de acesso ao estacionamento entre os Paços da Cultura (junta de freguesia) e o edifício dos Correios até que o parque previsto na Rua Padre Oliveira esteja em funcionamento”, defende a direção da Associação Comercial de S. João da Madeira (ACSJM) em comunicado enviado ao labor no mesmo diaem que o assuntotambém veio à baila na reunião de câmara e no qual diz estar “preocupada com as últimas notícias vindas a público, nomeadamente com as declarações proferidas aos meios de comunicação sociais do concelho pelo sr. presidente da câmara”.
“Estávamos longe de imaginar que o Município pensasse em proibir o estacionamento no imediato”, afirma Paulo Barreira em nome do órgão diretivo da ACSJM, chamando à atenção, ainda, para que o comércio e serviços locais vivem “tempos de grande vulnerabilidade” devido à Covid-19. A pandemia, em seu entender, “puniu de forma bastante agressiva estes empresários (as), que dia após dia tentam cumprir com as suas obrigações e viram a sua faturação reduzida a zero”. E, por isso, “a proximidade do estacionamento à superfície é um elemento crucial e diferenciador para estes negócios”.
“Sem estacionamento de proximidade fica difíci!”, avisa a Associação Comercial, manifestando, ainda, “indignação pela falta de sensibilidade, que o momento exige, por um setor fortemente penalizado pela pandemia, que merece uma atenção redobrada tendo em conta a falta de alternativas na zona em questão”.
Segundo a ACSJM, tal como “o sr. presidente refere que foi decidido fazer uma intervenção que tivesse a marca da perdurabilidade. Os empresários (as) pretendem a mesma marca de perdurabilidade nos seus negócios”.