“O Olhar do Outro: Estrangeiros em Portugal: Do Século XVIII ao Século XX”, de Maria Filomena Mónica 

 

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“Ao lermos as obras escritas por viajantes, importa ter em conta a ‘Weltanschauung’, um termo inventado pelo filósofo alemão W. Dilthey para designar a visão do mundo que, consciente ou inconscientemente, está presente em cada um de nós. Desde meados do século XVIII que a literatura de viagens se tornaraum géneroapreciado, mas a maneira como os estrangeiros olharam o meu país tem de ser vista criticamente: não basta escolher as citações que se adequam às nossas teses”, diz Maria Filomena Mónica acerca desta sua obra.

Na seleção dos testemunhos que apresenta, a escritora escolheu “não apenas os escritos com maior qualidade literária, mas ainda aqueles sobre cujos autores dispunha dos elementos biográficos que me permitissem entender o quadro mental que os levara a deixar os retratos que nos legaram”, conforme se pode ler na sinopse deste livro que sugerimos esta semana.

 

“Se o Disseres na Montanha”, de James Baldwin

 

Publicado em 1953, “Se o Disseres na Montanha”é o romance que revelou ao mundo o génio de James Baldwin. Romance inaugural da sua obra de ficção, constituiu-se desde logo como marco para muitos outros escritores, ao mesmo tempo que foi conquistando o lugar de clássico da literatura americana.

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Neste seu primeiro romance, James Baldwin dá voz a John Grimes, um rapaz de 14 anos posto perante um dilema num sábado de março de 1935, no Harlem nova-iorquino. Prestes a fazer 14 anos, na véspera de um sermão na montanha, John está numa encruzilhada que tanto pode ser uma crise como uma epifania. John quer para si um destino diferente daquele que a família e a comunidade lhe reservaram: o de seguir os passos do padrasto, ministro da Igreja Pentecostal. Mas, numa comunidade discriminada, a liberdade de escolher pode não estar nas suas mãos. Ou pode condená-lo a uma segregação ainda mais profunda, dentro de si e entre os seus semelhantes.

Com uma precisão lírica e um poderoso simbolismo, com fúria e compaixão, Baldwin espelha em John a luta que ele próprio travou pela autodeterminação – emocional, moral e sexual -, transformando a sua história individual na odisseia coletiva de um povo marcado pela segregação. Ao escrever “Se o Disseres na Montanha”, James Baldwin não só criou novas possibilidades para a literatura americana como permitiu aos americanos despertar para uma nova forma de se verem a si mesmos.

Nota: ambos os livros estão disponíveis na Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo

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