E questiona maioria socialista sobre “o que está a acontecer” para a expansão do Parque para Sul ainda não ser uma realidade
Cerca de uma semana depois da última reunião de câmara, na qual trouxe a público o assunto, a coligação PSD/CDS-PP convocou uma conferência de imprensa sobre o futuro do Parque Urbano do Rio Ul. No lugar da Ponte, junto à mais antiga das duas travessias ali existentes, Susana Lamas mostrou, na passada segunda-feira, “estupefação face ao facto de estarmos como estamos, sem evolução alguma, relativamente à obra que já foi adjudicada em 2017” e para a qual havia um empréstimo de 750 mil euros que, entretanto, “caiu”.
É que, volvidos mais de três anos após o lançamento da primeira pedra da terceira fase da “regularização e qualificação do rio”, a 16 de maio de 2017, como se pode ver numa placa no local, a ampliação do Parque do Rio Ul para Sul continua no papel. “Poderíamos ter isto muito mais avançado. E faria sentido agora, em tempos de pandemia, pois seria uma forma das pessoas poderem desfrutar de um parque”, ao ar livre, defendeu a social-democrata, recordando ainda “uma reunião de câmara em que fomos [PSD/CDS-PP] forçados a fazer uma votação por causa da expropriação” de dois prédios situados nas imediações do Centro de Educação Integral. “Segundo uma ata de outubro de 2018, o presidente é muito perentório ao dizer que iria proceder a novas reuniões e que estava a tratar de tudo e de repente vemos isto tudo parado”, completou.
“Só podemos dizer que é incompetência”
Chamando à atenção para a “incoerência” do PS, que nas sessões da Assembleia Municipal afirma que as obras na cidade “avançam a um bom ritmo”, Susana Lamas perguntou: “O que está a acontecer?”. “É incompetência? Só podemos dizer que é incompetência. Porque, de facto, estaria tudo preparado para já estar a acontecer uma outra fase, diferente”, prosseguiu a líder do PSD local, segundo a qual justificarem o atraso da empreitada com a Covid-19 e a questão dos terrenos, conforme noticiaram os dois jornais da terra nas suas anteriores edições, não tem cabimento.

Aliás, “não há nenhuma expropriação que demore dois anos” e a própria “Covid-19 trouxe facilidades em termos de financiamento”, como fez ver, por sua vez, Paulo Cavaleiro. Para o vereador da oposição, “a obra já estaria muito perto da sua conclusão” e “estaríamos a pensar numa quarta fase – ligação pedonal entre as três fases e o Jardim Municipal -“, que, em seu entender, implicaria que a autarquia olhasse com outros olhos “para aquele terreno entre o hotel e o Jardim Municipal, que como está não é uma boa solução”. “Estamos disponíveis para apresentar uma proposta nesse sentido e também para ajudar a câmara a concretizar a terceira fase”, assegurou às jornalistas.
Cidade “está a desfalecer, a mirrar”
Alinhando pelo mesmo diapasão, o presidente da concelhia centrista também defendeu que “a obra deveria estar concluída e já se deveria estar a pensar numa outra fase”. “A obra nasce ainda no executivo do CDS, de Manuel Cambra, e foi evoluindo com os executivos do PSD e da coligação”, lembrou Ricardo Mota, continuando: entretanto, “entra o executivo PS, faz um pequenino apontamento aqui, modifica qualquer coisa ali, faz show-off. E isso não é uma coisa que nos agrade a nós e muito menos aos sanjoanenses”.
Na sua opinião, “nesta época da Covid, de distanciamento social, haver uma continuidade do Parque seria muito bom e depois sempre era mais um polo de atratividade para a cidade” que, de acordo com alguns comentários de que teve conhecimento recentemente, “está a desfalecer, a mirrar”.