Em comunicado remetido ao labor, a célula do Partido Comunista Português (PCP) no setor dos transportes denuncia que “a Transdev anunciou recentemente aos representantes dos trabalhadores da Etac (empresa do grupo à qual pertence a AveiroBus) a intenção de recorrer à ‘suspensão dos contratos de trabalho’ e a redução nos horários da maior parte dos seus trabalhadores”. Medida que, como dizem os comunistas, “poderá afetar diretamente mais de dois mil trabalhadores no universo de todas as empresas do grupo”.
Tendo beneficiado dos apoios públicos, nomeadamente do regime de lay-off simplificado, o grupo “suspendeu tudo onde poderia poupar dinheiro, fosse em bens materiais ou em pessoal, tudo e todos serviram para poupar e aproveitar ao máximo a ajuda do Governo, enquanto, tal como é publicamente reconhecido, falhou, e continua a falhar, com compromissos com a população no mais básico dos seus direitos, o direito à mobilidade”, acusa o PCP, prosseguindo: “O anúncio da Transdev de ‘suspensão de contratos” é ainda mais escandaloso quando é notória a necessidade de reforço das carreiras de transporte de forma a garantir o respeito pela lotação máxima e assegurar as condições de segurança”. Para além disso, “não deixa de ser estranho que este anúncio surja numa altura em que o grupo Transdev criou já uma nova empresa, a ‘Expressos’, e tudo indica que prepara a criação de outras novas empresas”.
Para o PCP, trata-se de mais um “abuso” contra os direitos dos trabalhadores e utentes dos transportes públicos onde opera esta empresa, como é o caso do distrito de Aveiro. E, por isso, o partido vem, agora, exigir “uma resposta firme do Governo e das autarquias onde o grupo opera”.
Até ao fecho da presente edição, o nosso jornal tentou, por diversas vezes e vias, obter uma reação por parte da Transdev em relação a este comunicado do PCP, mas sem sucesso.