E faz apelo ambiental
Foi a primeira reunião de câmara após o regresso das férias, mas nem por isso alguns dos temas vindos a público deixaram de ser os mesmos. À semelhança do que fez na última sessão de julho, Paulo Cavaleiro voltou a queixar-se da recolha de resíduos urbanos que é levada a cabo na cidade.
“Continuamos a ter um problema com a recolha aos fins de semana”, chamou à atenção o elemento da coligação PSD/CDS-PP, para quem esta “é uma matéria importante a que a câmara deve dar [mais] atenção”. No entender dos vereadores da oposição, inclusive de Fátima Roldão, a autarquia devia apostar numa maior informação/sensibilização da população.
José Nuno Vieira não tardou com a resposta a Paulo Cavaleiro, começando por se dizer surpreendido com as “publicações” sobre o assunto no Facebook que o vereador foi fazendo ao longo do mês de agosto, mostrando fotografias de, por exemplo, “contentores vazios com sacos depositados no chão”. E, seguidamente, “deu uma alfinetada”: “Nelas perdeu uma boa oportunidade de sensibilizar as pessoas” para boas práticas ambientais.
O vice-presidente do Município prosseguiu “em defesa da sua dama” – leia-se pelouro do Ambiente -, fazendo ver que Paulo Cavaleiro, tendo em conta a sua experiência enquanto membro de anteriores executivos, “tem perfeito conhecimento de que [isto] não é algo que se resolva de um dia para o outro”. O “número 2” também fez questão de deixar claro que a decisão de reduzir a recolha de sete para seis dias por semana “nunca teve um critério financeiro”.
“O que nos move são critérios ambientais”, garantiu o responsável político, considerando que “uma recolha de sete dias por semana”, como acontecia antes, “vai contra todas as recomendações de sustentabilidade”. Ainda a propósito, José Nuno Vieira assegurou que “nos últimos anos, houve um salto qualitativo” no que diz respeito à recolha seletiva, sendo quase certo (isto a julgar pelos dados recolhidos até julho último) que este ano haverá novamente “excelentes resultados”, idênticos aos de 2019 ou até superiores.
Assunto “não deve ser motivo para dramatização”
Jorge Sequeira não só corroborou “na íntegra” o que o “vice” havia dito, como também aproveitou a ocasião para apelar aos munícipes para que as suas “condutas sejam corretas”, solicitando a todos os vereadores que se juntassem a ele neste mesmo apelo: “Coloquem o cartão/papelão e vidro nos ecopontos; quando quiserem depositar lixo, coloquem-no nos contentores; se o contentor estiver cheio, ou conservem o lixo em casa [durante algum tempo] ou coloquem no contentor mais próximo”, pediu o autarca, segundo o qual “não é justo dizer que a cidade não é limpa”. Até porque se a recolha não é feita ao domingo é por este ser um dia em que já antes “as pessoas menos recorriam aos contentores”.
“Isto é estatística”, fez ver Jorge Sequeira, considerando que esta matéria “não deve ser motivo para dramatização nem aproveitamento político”.
Câmara apostada em valorizar biorresíduos
Nesta última reunião de câmara, Jorge Sequeira adiantou que o Município está a trabalhar tendo em vista a valorização de biorresíduos. Nesse sentido, até já apresentou uma candidatura, sobre a qual “haverá novidades a breve trecho”. Ainda segundo, o autarca também não faltará muito tempo para haver notícias acerca do sistema “Pay-as-you-throw” (PAYT – pagas o que produzes) que a autarquia quer implementar e que visa incentivar os munícipes a reciclarem o lixo que produzem.