Junto à capela do Parque dos Milagres
A Câmara Municipal de S. João da Madeira, juntamente com a Paróquia, foi responsável pela criação de um monumento em memória da Irmã Maria Antónia de Guerra Pinho e de um momento de homenagem a esta sanjoanense cuja vida foi tirada cedo demais.
A sua inauguração realizou-se ao fim da tarde desta terça-feira, 8 de setembro, precisamente no dia do primeiro aniversário do seu falecimento.
Recordamos que a Irmã Maria Antónia de Guerra Pinho, mais conhecida como Irmã “Tona”, foi violada e assassinada por Alfredo Manuel da Silva Santos, também ele sanjoanense, com antecedentes criminais por tráfico de droga, violação e sequestro, que foi condenado em agosto deste ano a pena máxima de 25 anos.
Reconhecimento do bem e alerta sobre o mal
Um dos objetivos deste monumento e momento é “demonstrar que a paz triunfa sobre a violência”, começou por dizer o presidente da câmara, Jorge Sequeira, durante a homenagem à Irmã “Tona”, junto à Capela de Nossa Senhora dos Milagres, onde estiveram presentes familiares e muitas outras pessoas.
A Irmã Maria Antónia de Guerra Pinho foi “vítima de um crime brutal”. “Um ato que a atingiu e a toda a comunidade” que se sentiu “agredida” e ficou “inquieta” até que fosse satisfeita a sua “vontade em concretizar esta homenagem”, deu a conhecer o autarca.
Este monumento é um “reconhecimento pelo seu percurso de vida dedicado aos outros e ao bem”, mas também é “um alerta e uma reflexão sobre o combate a este tipo de criminalidade perverso”, esclareceu Jorge Sequeira.
“Creio sempre no meu mundo”
Este monumentopermitirá que a Irmã Maria Antónia de Guerra Pinho “fique no coraçãode cada um de nós”, disse D. Vitorino Soares, Bispo Auxiliar do Porto.
Para Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, este é um “eco” em nome de “inúmeras mulheres” que viram a sua “vida ceifada” através de “crimes hediondos”, reforçando todo o trabalho que é feito pelo Governo, pelos municípios e demais entidades competentes no combate à violência contra as mulheres e à violência doméstica “para que que a resposta não chegue tarde demais”. A sua mensagem foi lida por Clara Reis, presidente da Assembleia Municipal, devido à sua ausência por motivos de saúde.
Sempre que pensarmos na irmã “Tona” não conseguiremos deixar de nos lembrar da forma desumana como lhe foi retirada a vida, mas, no fim, acima de tudo, vai prevalecer a memória de um caminho dedicado ao bem, aos outros e à construção de um mundo melhor. Não é por acaso que a frase inscrita no seu memorial é: “creio sempre no meu mundo”. A homenagem começou e terminou com um momento musical protagonizado pelo violinista Vladimir Omeltchenko.