Artistas tiveram de se adaptar à nova realidade 

 

Patrícia Pereira (concertina), Cláudia Rodet (contrabaixo), Luís Sá (bandolim), Paulo Kanuko (guitarra e voz), João Cardoso (guitarra) e Rosália Passinhas (bailarina) deram corpo e alma ao projeto “Música de Rua no Parque” criado propositadamente para a Semana da Juventude de S. João da Madeira que, de 11 a 13 de setembro, decorreu no Parque Urbano do Rio Ul.

Oriundos de várias cidades do Norte do país, os seis artistas juntaram-se pela primeira vez e, ao longo dos três dias, deram o melhor de si, atraindo a curiosidade de miúdos e graúdos. Foi a sanjoanense Patrícia Pereira que, depois de desafiada pela Associação de Jovens Ecos Urbanos, convidou os restantes cinco, que já conhecia de outras andanças, para esta iniciativa “fantástica”, “super-interessante” e “muito original”, como disseram ao labor.

Esta participação na Semana da Juventude foi também uma forma de voltarem à “nova normalidade”. Depois de meses de confinamento e de incerteza devido à pandemia, Patrícia Pereira (34), Cláudia Rodet (40), Luís Sá (35), Paulo Kanuko (57), João Cardoso (29) e Rosália Passinhas (44) estão a voltar a dar concertos e espetáculos, a dar aulas, a tocar na rua. Tudo isto a um ritmo lento. Devagar, devagarinho…

Contrariamente a muitos colegas do mundo artístico, não se viram numa “situação precária” ao ponto de passar fome ou ficar sem casa. Mas tiveram de “arregaçar mangas” e de se reinventar.

“A pandemia afetou toda a gente! Mas penso que não é o fim do mundo”

“Fomos obrigados a reinventarmo-nos e a reinventar os eventos, a sermos mais criativos, a sair da caixa. Não estou a dizer que a pandemia é algo de positivo. Mas acho que trouxe muita coisa positiva. Foi uma possibilidade de crescimento”, afirmou Rosália Passinhas, de Braga. “Se calhar, se não estivéssemos nestas condições que estamos agora, não estava a acontecer tudo isto aqui no Parque. Se calhar, algumas coisas estavam a acontecer indoor”, acrescentou a diretora da “Backstage – Escola de Dança e Artes Performativas”.

Alinhando pelo mesmo diapasão, Luís Sá, músico profissional e maestro de Santa Maria da Feira, garantiu que está “a lidar relativamente bem com a pandemia, porque se há coisa que um músico faz, profissional ou não, é saber adaptar-se”. “A adaptação faz parte da nossa vida”, reforçou a ideia.

No caso de Cláudia Rodet, do Porto, “em termos de música, estive bastante parada. Mas tenho outras profissões, para além da música, que foi o que me ajudou”, contou ao labor.

Já segundo Paulo Kanuko, “a pandemia afetou toda a gente! Mas penso que não é o fim do mundo”. Para este guitarrista de Valongo, “tudo vai continuar”, embora nada como dantes.

Por sua vez, João Cardoso tentou “arranjar alternativas de fazer dinheiro, porque os concertos foram todos cancelados”. “Estou agora a investir mais na plataforma digital, em criar conteúdos e, para já, estou a conseguir safar-me”.

Patrícia Pereira deixou de tocar na rua. E, tal como a maioria, “tive de ficar meses confinada”, período durante o qual recebeu uma prestação mensal da Segurança Social, que “deu para aguentar”.

Neste momento, já está novamente a tocar na rua e a receber convites para eventos, como o da Semana da Juventude.

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