Festival de Comédia regressa em outubro a S. João da Madeira

 

Depois de cinco edições de “sucesso”, o Gargalhão regressa de 29 a 31 de outubro a S. João da Madeira.

A 6ª edição do Festival de Comédia ficará marcada pela adaptação à nova realidade imposta pela pandemia. A começar pela ida de João Seabra e do seu amigo Sidónio às escolas e às Instituições Particulares de Solidariedade Social no dia 29 de outubro. Em vez da tradicional visita presencial, o comediante vai gravar sketches com mensagem de prevenção sobre as medidas de higiene e segurança no combate à pandemia, mas como é claro com muito humor, dirigidos aos miúdos e aos mais graúdos. Para o sanjoanense Pedro Neves, criador do Gargalhão, é “imperativo” continuar a ir às escolas e até às instituições com utentes jovens, adultos e idosos. “Queremos levar o sorriso às pessoas”, acrescentou José Fonseca, Chefe de Gabinete da Câmara Municipal de S. João da Madeira, entidade parceira do festival, que foi apresentado esta terça-feira de manhã à comunicação social.

Uma outra mudança está na lotação de pessoas e no espaço em que será realizado o festival. Em vez da Sala dos Fornos da Oliva Creative Factory, que tem capacidade para 800 pessoas, mas neste momento está a ser ocupada pelo Centro de Testes Drive-In à Covid-19 do Centro Médico da Praça, o organizador, Pedro Neves, juntamente com a câmara municipal, decidiu deslocar os espetáculos para a sala da Casa da Criatividade, que terá uma lotação limitada a 200 pessoas devido às regras impostas pela pandemia. Os bilhetes têm o custo de 15 euros e poderão ser comprados a partir desta semana na Casa da Criatividade, no Centro de Arte Oliva e nos Paços da Cultura.

Cartaz com Fernando Rocha, Hugo Sousa, João Seabra, António Raminhos, Rúben Branco, Miguel 7 Estacas e Quim Roscas e Zeca Estacionâncio

O restante formato do festival mantém-se igual às edições anteriores com as visitas presenciais às fábricas, que dentro em breve vão ser reveladas, e um cartaz com alguns dos melhores comediantes do país.

O primeiro dia de cartaz, 30 de outubro, conta com Fernando Rocha, Hugo Sousa e João Seabra. Já o segundo, 31 de outubro, junta António Raminhos, Miguel 7 Estavas, Rúben Branco e Quim Roscas e Zeca Estacionâncio (João Paulo Rodrigues e Pedro Alves) em palco. Os espetáculos de ambos os dias começam às 22h00 na Casa da Criatividade.

Este é “um cartaz especial num ano tão desafiante em que tivemos de reequacionar as coisas, nomeadamente os custos,” tendo em conta que os apoiantes foram afetados pela pandemia, dando como caso de exemplo a câmara que de um momento para o outro viu-se confrontada com despesa inesperada, explicou Pedro Neves, revelando que tal levou a que os comediantes que aceitaram estar presentes fossem “altamente sensibilizados” para tal. Assim sendo, “não posso pedir mais do que fizemos que foi pedir valores ridículos (aos artistas)”, confessou o responsável pelo Gargalhão, também ele comediante, fazendo questão de esclarecer que o convite feito a estes comediantes não é pela “amizade” de longos anos, mas pelo “trabalho” e pela “capacidade de venderem bilhetes” até porque para que o evento vingue como tem vindo a vingar “as pessoas têm de querer voltar no ano seguinte”.

Festival vai ter site com produtos à venda. Edição deste ano vai ter pólos, chapéus e máscaras com a marca Gargalhão

Uma novidade não desta edição, mas deste projeto é o lançamento de um site. Ao fim de cinco edições “já temos evidência para um site sustentado que será lançado esta semana com produtos lançados no festival à venda”, anunciou Pedro Neves.

Relembramos que em edições anteriores foram criados um vinho, uma ginjinha e uma cerveja. Todos eles com a marca Gargalhão. Na sexta edição, este conceito não para. Para tal, o festival, em parceria com a Indubor, uma empresa de bordados que vai lançar uma linha de roupa, criou pólos para homem e mulher, bonés e máscaras. Uma vez mais, todos eles com a marca Gargalhão.

O empresário Jorge Pinto, dono da Indubor, decidiu apoiar o Gargalhão, do qual é adepto, sobretudo pelo seu “impacto social”. “Não é só palco, mas também é escolas e instituições”.

“Mais do que nunca, este ano, tinha a obrigação de trazer sorrisos às pessoas”

Desde que em março fomos atingidos pela pandemia, passámos pelo confinamento total, saindo apenas para o trabalho e para a compra de bens essenciais, e temos vindo a tentar voltar a viver como antes vivíamos, mas sem descurar as regras de higiene e segurança para bem da nossa saúde e da dos outros. Por essa razão, “mais do que nunca, este ano, tinha a obrigação de trazer sorrisos às pessoas”, considerou o criador do Gargalhão, agradecendo à câmara municipal por igualmente não ter hesitado em realizar esta edição, bem como aos restantes apoiantes.

DR

O Gargalhão é “uma referência do humor nacional” que leva a que “S. João da Madeira seja falado pelos melhores motivos”, afirmou José Fonseca, para quem este festival é “um antídoto” para combater os sentimentos menos positivos provocados pela pandemia. Ao longo da apresentação da edição deste ano, Pedro Neves confidenciou que “é uma questão de honra fazer o Gargalhão deste ano. Não desisto. Não controlo as circunstâncias, mas a forma como lido com elas”. Para além da escolha do humor em detrimento da política há mais de uma década e da Covid-19, a edição deste ano tinha de acontecer porque é a primeira sem o seu pai. A pessoa que apoiou a primeira edição do Gargalhão e que na edição anterior aguentou apenas o tempo suficiente para ver em palco o seu filho Pedro Neves, a criar algo de que se orgulha e de que orgulha os sanjoanenses. Mas não só. A crença neste projeto é grande. “Acreditamos que é um projeto que vai crescer de ano para ano”, anteviu José Fonseca.

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