O presidente Jorge Sequeira considera que “seria um ato de gestão política ruinoso” pedir ao empreiteiro para “andar lentamente” com a obra só para cumprir os prazos previstos no cronograma
Por norma as obras são tema de conversa por estarem atrasadas e não por estarem adiantadas, tal como aconteceu na Assembleia Municipal, realizada esta segunda-feira à noite, na Casa da Criatividade.
A intervenção foi feita por Gonçalo Fernandes, deputado da coligação PSD/CDS-PP, que a caminho da sessão passou pela Praça e quis saber se já estamos em janeiro de 2021, data em que estava prevista a Fase E, na Rua Visconde, da obra. Antes do tempo também começou a Fase D, na Rua da Liberdade, prevista para os meses de outubro, novembro e dezembro. Já dentro do prazo previsto no cronograma da obra, setembro e outubro, está a Fase C na Rua Padre Oliveira. Já terminada está a Fase B no Largo de Santo António.
O deputado social-democrata quis saber “qual a razão de ser” deste adiantamento no prazo previsto em determinadas fases da obra porque “a celeridade não é sinónimo de qualidade”. Sugeriu ainda ao executivo que retirasse o cronograma da obra colocado em diferentes partes porque “os prazos estão errados” e podem “induzir as pessoas em erro”, dando como exemplo o caso dos comerciantes que ficam “condicionados” por os trabalhos não acontecerem quando estavam a contar. Para Gonçalo Fernandes isto “acontece porque o executivo tomou a decisão de alterar o projeto da Praça” e com isso “perdeu-se um ano”.
O presidente da câmara compreendeu a “situação” de Gonçalo Fernandes. “Estamos habituados a que as obras públicas corram mal e os prazos derrapem”. Tendo em conta que não é isso que está a acontecer, “seria um ato de gestão político ruinoso” pedir ao empreiteiro para “andar lentamente” com a obra só para cumprir os prazos previstos no cronograma da obra que, em algumas fases, foram antecipados, considerou Jorge Sequeira, reconhecendo que, independentemente do tempo em que acontecem, as obras causam sempre “incómodo”. O deputado da coligação insistiu que o não cumprimento dos prazos previstos causa “constrangimentos sérios” aos comerciantes e indicou obras que correram menos bem como a retirada da cobertura com amianto na escola de Fundo de Vila que levou à inundação de algumas partes do edifício e na escola Serafim Leite que provocou danos em alguns computadores.
A contratação de um empréstimo de médio e longo prazo à Linha BEI/PT2020, no valor de 445 mil euros, para a obra da Praça foi aprovada por maioria, com os votos favoráveis do PS e da CDU e a abstenção da coligação PSD/CDS-PP, na assembleia municipal. A coligação justificou o seu sentido de voto com a posição que tem adotado que é a de que o projeto já devia incluir a realização do parque de estacionamento entre as ruas Padre Oliveira e Júlio Dinis.
Cronograma das Fases da obra da “nova” Praça
Fase A (Centro da Praça): De maio de 2020 a abril de 2021
Fase B (Largo de Sto. António): maio, junho e julho 2020
Fase M (Rua 11 de Outubro): junho, julho e agosto 2020
Fase C (Rua Padre Oliveira): setembro e outubro 2020
Fase D (Rua da Liberdade): outubro, novembro e dezembro 2020
Fases E e F (Rua Visconde e Rua do Dourado): janeiro 2021
Fases H, R e G (Rua Dr. Durbalino Laranjeira, Rua 5 de Outubro e Rua Dr. Maciel): fevereiro, março e abril de 2021
Vendedores relocalizados no interior do Mercado
Os vendedores que têm vendido os seus produtos no exterior do Mercado Municipal vão ser relocalizados no seu interior.
De acordo com o presidente da câmara, Jorge Sequeira, o plano foi apresentado aos comerciantes antes do Mercado Municipal entrar em obras e “a sua relocalização terá de ser no seu interior” quando o tempo não permitir que continuem com a iniciativa “Mercado de Rua”. Esta resposta surge depois da interpelação de Gonçalo Fernandes, deputado da coligação do PSD/CDS-PP, que considera o Mercado de Rua “uma solução muito interessante, mas chegou a altura de encontrar uma solução com a chegada do Inverno”.