Foi precisamente no último dia do evento que Portugal esteve representado com três dos seus criadores: Miguel Vieira, Alexandra Moura e David Catalán
Como tem vindo a ser hábito nos últimos anos, o Portugal Fashion levou a um dos principais palcos da moda internacional, as propostas de três dos designers de referência da moda portuguesa: Miguel Vieira, Alexandra Moura e David Catalán. Todos eles com visões diferentes e desafiantes do que serão as tendências homem/senhora na próxima estação primavera/verão 2021.
No que toca a Miguel Vieira, o estilista sanjoanense recorreu ao tema “Insight” para se inspirar ou testemunhar sobre a superação e a importância de lutar contra as adversidades e fazer destas fatores de mudança. Como tal, o designer pretendeu criar “conscientemente peças que vão ao encontro da criação de um estilo pessoal, fugindo do que é definido pelas tendências de massas”. Nas propostas para os dias mais estáveis do próximo ano, o branco foi a cor mais predominante, deixando ainda brilhar os outros tons de destaque do estilista sanjoanense, entre eles o azul, cor-de-rosa e bege. Para Miguel Vieira, é, sobretudo, uma coleção que quebra com estereótipos, onde as cores não estão associadas a géneros e na qual existe liberdade de expressão.
Quanto aos outros dois designers portugueses, Alexandra Moura e David Catalán, prepararam também até ao mais ínfimo pormenor os respetivos desfiles. Com “Substractum”, tema da coleção para as estações primavera/verão 2021 de homem/senhora, Alexandra Moura apresentou uma reflexão e, ao mesmo tempo, um ato que pretende resgatar das fundações que alicerçam a marca num conjunto de peças “desconstruídas de clássicos que já existiram”.
Com uma coleção só para homem, David Catalán, o criador, que se estreou como finalista do Concurso Bloom do Portugal Fashion, fez uma abordagem soalheira e afetuosa do “universo safari”. Uma coleção de vestuário mais urbana, contemporânea e com referências ao mundo da moda masculina clássica.
Nesta edição, os desfiles dos criadores portugueses bem como de outros 64 desfiles – 23 desfiles físicos e 41 digitais -, decorreram sem público e foram gravados para posterior emissão na plataforma digital da Semana da Moda de Milão e do site oficial da Camera Nazionale della Moda Italiana, devido à atual pandemia do Covid-19.
Os desfiles dos criadores portugueses neste certame enquadram-se no projeto da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, com fundos provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Entretanto, para hoje, quinta-feira, e até ao próximo sábado, a Alfândega do Porto voltará a ser o palco principal do Portugal Fashion, que celebra o 25.º aniversário. Aí serão reveladas propostas dos designers e marcas portuguesas, entre os dias 15 e 17, com uma edição completamente diferente das outras até então. Ou seja, os desfiles vão acontecer em “formato híbrido”, entre o “físico e o digital” e será desenvolvido em “consonância com as orientações de segurança e higiene da Direção-Geral da Saúde e entidades locais de saúde pública”.