TÓNICAS FECHADAS – TÓNICAS ABERTAS
Há erros muito frequentes
Co’a caneta cometidos:
Separarmos elementos
Que devem estar bem unidos!
Enganam-se os descuidados:
É que há formas verbais
Que são muito semelhantes
A pronomes pessoais.
Em FIZERMOS ou FIZESTE,
Em COMPRAMOS ou COMPRASTE,
Em tu DESTE, em nós DAMOS,
Em LAVAMOS, em AFASTE…
Aqueles -MOS, aqueles -TE
Não se devem separar!!!
LaVASte é uma coisa…
LAvas-te… Hífen a afastar.
FIZESTE tu muito bem
Em escrever’s sem tracinho!
Em DIZ-TE… Sim! Muito bem!
Puseste o hífen! Certinho!
Bastantes são as palavras
Que, sendo iguais ao ‘screvê-las
São diferentes na pronúncia…
Um momento: Vamos vê-las:
‘Inda ‘stou só no começo…
Pra lhes falar com acerto
E já me sinto sem força
Vejo-me cá num aperto!
Certo é que é com muito gosto…
Que falo sobre este assunto…
É como jogar um jogo,
Ou comer um bom presunto…
Sei que não sou bom poeta’
E me sinto um pouco boto…
Do alto da sua torre
‘stá o governo de olho em mim…
Vou pôr as barbas de molho!
Por favor! Cantem em coro
Para o gelo não me gelar!
Referi os substantivos
(Com tónicas fechadinhas!)
E agora as formas verbais
Com tónicas abertinhas…)
Quase coro de vergonha
Se olho pr’o que escrevi…
Por que me boto a escrever?
Tão mal me governo assi!!!
Começo agora a pensar
Será que eu assim acerto?
E o que é que me força a isso?
Sou só eu que assim me aperto?
Que eu gosto de partilhar?… Ai gosto!
Jogo os versos com prazer!
Molho as calças e… as meias
E não gelo ao escrever…
Nem que o tempo não me sobre,
Me torre o mais quente Sol…
Cantarei estas verdades
Com trinos de… rouxinol…
Algo ficou do que disse?
Foi tudo tempo perdido?…
O assunto tem interesse?
Disso estou eu convencido…
Tratei-o mal? Certamente!
Para mais não fui fadado…
Cada um dá o que pode
E a mais não é obrigado…
