Já uma vez escrevi neste Jornal que o Sr. Dr. Magalhães dos Santos foi sempre uma pessoa culturalmente viva. Para além da sua extraordinária aptidão de actor, em várias interpretações que tanto nos divertiram, foi um incansável estudioso da Língua Portuguesa. O seu programa “Cultura Viva”, com longos anos nesta terra, continua vivo na minha lembrança e na lembrança de todos os que com ele muito aprendemos.
Estou muito contente por voltar a ouvi-lo sobre a nossa língua, agora através da palavra escrita, numa coluna deste Jornal. O “ Português levezinho” pesa muito naquilo de que precisamos. Como pedagoga que fui e que penso ser ainda, estou-lhe particularmente grata. Realmente, de uma maneira propositadamente singela e levezinha, como convém perante uma turma enorme e heterogénea, o Sr. Dr. Magalhães dos Santos vai-nos ensinando a todos, de forma admirável, aquilo que muitas vezes pensamos saber e não sabemos sobre a nossa língua, que tão mal tratada anda, mesmo por quem ocupa posições responsáveis na comunicação social e altos cargos nas nossas instituições. Para além do conteúdo, na minha modesta opinião, as suas rimas levezinhas estão tão bem construídas que nos deixam sempre com um risinho nos lábios.
Somos grandes amigos de longa data, mas acredite que não é apenas o sentimento de amizade que me leva a escrever este pequeno texto. Faço-o pela razão e pela admiração que tenho pelo seu trabalho e pelo empenho em partilhar os seus conhecimentos.Talvez pela minha devoção e vocação pedagógicas, lhe peço em meu nome e também em nome de meu irmão, que continue com esse “Português Levezinho”, porque cá estaremos com todo o interesse para o ler e consigo continuar a aprender.