“Uma subida significativa, grave e crítica em linha com o que está a acontecer na zona norte do país, na Área Metropolitana do Porto e de Lisboa”, disse o presidente Jorge Sequeira
S. João da Madeira é um dos 121 concelhos de alto risco que tem de cumprir medidas especiais do novo estado de emergência decretado pelo Governo.
O concelho sanjoanense registava 99 casos confirmados a 1 de setembro e 535 a 11 de novembro.
“Infelizmente a propagação da doença tem sido assinalável. Em dois meses tivemos uma subida significativa, grave e crítica em linha com o que está a acontecer na zona norte do país, na Área Metropolitana do Porto e de Lisboa”, disse o presidente Jorge Sequeira, durante a reunião de câmara realizada esta terça-feira à tarde através da plataforma Zoom, mencionando um conjunto de medidas de sensibilização e prevenção adotadas pelo executivo como o encerramento dos cemitérios no fim de semana dos Dias dos Finados e de Todos os Santos, ações da polícia e da proteção civil em estabelecimentos comerciais, o cancelamento dos eventos culturais de 1 a 22 de novembro, uma campanha dirigida aos alunos durante a pausa letiva e mais recentemente o encerramento dos museus da Chapelaria e do Calçado e do Centro de Arte Oliva durante os próximos dois fins de semana devido à proibição de circulação a partir das 13h00 imposta pelo novo estado de emergência.
Perante “uma pandemia que afeta todo o mundo, todas as pessoas, não resta outra alternativa a não ser saber gerir o momento, realinhar as prioridades e concentrar os esforços naquilo que é essencial”, considerou Jorge Sequeira, assegurando que a câmara está “atenta à evolução da situação”. “Sempre dissemos que as medidas a tomar, quer sanitárias, quer económicas e sociais, iam adaptar-se às medidas das circunstâncias”, recordou o autarca.
Autoridade de Saúde Local sem capacidade para divulgar número de casos em vigilância
A câmara municipal passou a revelar o número de novos casos confirmados de infeção por Covid-19 em relação ao dia anterior, uma mudança na transmissão da informação à comunidade que mereceu menção por parte de Paulo Cavaleiro. Para o vereador da oposição a comunicação dos dados da pandemia continua a “não ser perfeita, mas mudou” em relação à anterior que se limitava a dar o número de casos confirmados e em vigilância ativa. Para além destes dados, a câmara municipal divulga o número de casos recuperados de três em três meses, tendo-o feito pela primeira vez em setembro e estando prevista nova atualização em fins de novembro ou inícios de dezembro.
Se por um lado temos um novo dado, o número de novos casos diários, passamos a ter menos outro, o de casos em vigilância ativa, desde o dia 22 de outubro, devido ao aumento do volume de trabalho da autoridade de saúde local, o que leva a que não tenha capacidade para continuar a dar este dado atualizado à câmara municipal. “Preocupa-me não ter informação sobre o número de pessoas em vigilância por dificuldade do próprio serviço, segundo disse o presidente”, manifestou Paulo Cavaleiro, questionando a câmara se “já procurou ou se disponibilizou a encontrar soluções para que este serviço possa ser executado”. O presidente da câmara revelou que “já tínhamos feito essa disponibilização há muito tempo” junto da autoridade de saúde de local e até do Governo, confirmando a existência de funcionários públicos identificados com “potencial para essa formação e prestação de apoio”. Aliás, “na última resolução do conselho de ministros essa possibilidade está prevista”, relembrou Jorge Sequeira.