“Se não tivéssemos esta ajuda, já tínhamos encerrado a loja”, revelou Catarina Vaz, uma das gerentes da loja “Manas Catitas” que presta serviços de animação infantil, ao labor
Tanto Cátia Martins, como Catarina Vaz, ambas de 32 anos e auxiliares de Ação Educativa, sempre tiveram o sonho de criar um projeto ligado à animação infantil. Em 2013 deram os primeiros passos nesse sentido com a animação de vários eventos. Desde casamentos, batizados, festas de aniversário, festas temáticas, chá de bebé e até serviço de baby sitter. Um ano depois decidiram sonhar ainda mais alto e alugaram uma loja para realizar as festas de aniversário. O negócio estava a “ir de vento em popa” até março de 2020. “Estivemos paradas quatro meses” e quando reabriram “houve uma muita quebra dos aniversários” por “receio dos pais”, contaram Catarina Vaz e Cátia Martins.
As festas de aniversário tinham um limite de 20 crianças, tiveram de reduzir o número para 10 e mais recentemente para cinco, um número no qual estão incluídas as animadoras. O que levou a que a realização de uma festa de aniversário se tornasse numa “missão impossível”. “Quem quer fazer uma festa com três crianças? Ninguém”, questionou e respondeu Cátia Martins, revelando que “por agora paramos totalmente com as festas”.
Para quem tinha as manhãs e as tardes da maior parte dos sábados e domingos preenchidas com festas de aniversário, a forma encontrada para combater esta “quebra muito grande” no negócio foi através da contratação da “decoração para festas em casa”, revelou Catarina Vaz ao nosso jornal.
As medidas de combate à pandemia têm afetado mais uns negócios do que outros. Os espaços de animação infantil estão entre os negócios que mais têm sofrido as consequências. “Dentro do nosso negócio acho que não está a ser muito justo porque as crianças também vão para a escola, para o infantário e lá não têm um grupo reduzido”, constatou Catarina Vaz. Além de se sentirem injustiçadas, as animadoras sentem que quem está à frente deste tipo de negócio tem sido esquecido pelo Governo. “O Governo não se tem lembrado de falar de quem faz eventos porque não há linhas de apoio”, incitou Cátia Martins.
Se este sonho que se tornou realidade há sete anos continua vivo em muito se deve ao senhorio. “Temos um grande apoio que é o nosso senhorio. Se não tivéssemos esta ajuda, já tínhamos encerrado a loja”, garantiu Catarina Vaz ao labor.
Em relação à eficácia que as mais recentes medidas do estado de emergência vão ter na diminuição do número de casos, as animadoras demonstraram estar reticentes. “O vírus não tem hora. Compreendo que os ajuntamentos se realizem mais aos fins de semana, mas acho que temos de continuar a viver”, considerou Cátia Martins. “Se cada um tiver o cuidado de cumprir as regras – usar máscara, desinfetar as mãos e manter o distanciamento – acho que devíamos continuar a viver o dia a dia”, concluiu Catarina Vaz.