“Inclusive este ano tivemos os meses de setembro e outubro melhores do que os do ano passado”, revelou Carlos Santos ao labor

A loja Carlos Santos Fotogra a nem sempre foi no mesmo espaço, mas sempre foi na mesma rua, a Júlio Dinis, no centro da cidade de S. João da Madeira. Dos 40 anos de vida, os últimos 32 têm sido vividos nas mesmas instalações, onde fazem de tudo um pouco. “Fazemos aquilo que nos aparece e o que procuramos. Somos um fotógrafo de clínica geral, embora se tivéssemos de dizer qual a nossa especialidade era o social, o que não quer dizer que não façamos trabalhos de estúdio, publicidade e produto”, explicou Carlos Santos ao labor.

Até fevereiro as perspetivas para 2020 eram de “um ano fantástico porque tínhamos imensos trabalhos”, mas depois de terem feito o seu primeiro casamento a 14 de março, em Aveiro, o fotógrafo decidiu encerrar os serviços até que “isto melhorasse”. “Quando decidi encerrar os serviços antes de ser obrigatório, nunca pensei que seria por cerca de dois meses”, confessou o fotógrafo de 60 anos, 40 dos quais dedicados à fotografia profissional.

A partir daí “os cancelamentos dos trabalhos começaram a aparecer em catadupa. Felizmente conseguimos reagendar todos os trabalhos”. Uns no próprio ano, outros no ano seguinte. “Alguns trabalhos de abril e maio foram reagendados para agosto, setembro e outubro. Os de junho, julho e agosto foram reagendados para 2021 por vontade das próprias pessoas porque não tinham confiança que isto melhorasse”, revelou Carlos Santos cujo negócio entre cancelamentos e reagendamentos de eventos sentiu uma quebra “na casa dos 80%” em 2020.

“O nosso trabalho vive do contacto, do social, do socializar, tudo palavras que estavam re- tiradas da ordem do dia a dia”, recordou o fotógrafo, confirmando assim as dificuldades com as quais se debatem nos trabalhos. Desde a reabertura da loja no dia 7 de maio, os “clientes têm vindo para imprimir fotografias, pedir serviços, de tudo um pouco”. Por isso, “as coisas não têm sido assim muito más, muito negativas. Inclusive este ano tivémos os meses de setembro e outubro melhores do que os do ano passado”.

“TEMOS FORTES ESPERANÇAS QUE DEZEMBRO SEJA UM MÊS BOM, MAS SÓ AS SESSÕES NÃO CHEGAM”

Em tempos de crise, mais do que nunca, “temos de estar sempre a inventar um pouco. Neste momento investimos nas sessões de Natal. Felizmente temos muitas marcadas e muitas feitas. Estão a ser um êxito muito grande”, revelou Carlos Santos, dando a conhecer a parceria que estabeleceu com alguns comércios tradicionais, onde sempre que o cliente fizer uma compra que atinja um determinado valor, uma determinada percentagem é convertida num voucher que pode ser descontado numa destas sessões.

Também em tempos de crise, os ânimos são contidos. “Temos fortes esperanças que dezembro seja um mês bom, mas só as sessões não chegam” para uma estrutura de seis pessoas, constatou Carlos Santos, temendo uma nova quebra nos negócios numa altura em que “o Natal é um incógnita”, dando como exemplo que “nesta altura tínhamos a agenda cheia com jantares e festas de Natal e este ano não há nada disso”.

A proibição de circulação entre concelhos, o encerramento dos comércios às 15h00 em véspera de feriado e às 13h00 aos fins de semana e feriados só vieram piorar o estado dos negócios. “Tínhamos imensas sessões agendadas, mas as pessoas não vieram por serem de outro concelho”, o que implicou “reagendar esses trabalhos e os espaços começam a ficar todos ocupados”. O cenário provocado pela pandemia é “mau para todos”, mas “temos de respeitar a doença e ter cuidado porque primeiro está a saúde e isso é indiscutível”, considerou o fotógrafo.

“ESTAMOS A TER MAIS SOLICITAÇÕES PARA 2022 DO QUE PARA 2021”

A Carlos Santos Fotografia esteve em lay-off parcial durante alguns meses. Uma ferramenta “muito importante para ajudar a passar esta fase em que a nossa atividade paralisou e teve uma redução”. Já a isenção das tarifas da fatura da água dada pela câmara municipal foi “ótima”, declarou Carlos Santos. Se os apoios podiam ser mais e melhores, a nível local e nacional, o fotógrafo é da opinião que “em tudo é possível fazer mais e melhor. Agora entendo que para quem tem o poder de decisão por vezes não seja de todo fácil nem consiga agradar a todos”.

Mais do que pedir mais e melhor, Carlos Santos preferiu valorizar “os pequenos gestos que podem ajudar a ultrapassar isto. Às vezes mesmo que não mexam muito na parte económica, mexem na parte social. As pessoas veem que estão atentos e isso já é muito importante”.

Em relação ao futuro previsto para 2021, o pensamento é “viver um dia de cada vez”, disse Carlos Santos. “Eventualmente vamos passar três meses difíceis (janeiro, fevereiro e março), mas se conseguirmos cumprir a agenda que temos as perspetivas são boas”, antecipou o fotógrafo. Mais do que em 2021, o pensamento positivo do fotógrafo e dos clientes está focado em 2022. “Acredito efetivamente que um ano bastante bom vai ser 2022. Neste momento estamos a ter mais solicitações para 2022 do que para 2021” devido às incertezas que transitam deste ano para o seguinte, adiantou Carlos Santos.

Ao nosso jornal o fotógrafo decidiu deixar “uma mensagem de otimismo” porque “pensamentos positivos atraem coisas positivas”. Já o lema continua a ser “sempre a pensar no futuro, mas a viver um dia de cada vez”, concluiu Carlos Santos ao labor.

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