Do alto do monte agreste olhamos o mar sem fim;
Sentem-se as ondas revoltas sobre areais infinitos,
Os nossos olhos mergulham na visão de que há um jardim
Bem lá no fundo das águas onde se afogam os mitos!
Essas naus que tanto araram rotas da imaginação,
Foram-se na voragem de abismos tão profundos!
Caindo no esquecimento das gerações que andarão
Perdidas agora em rotas de outros tipos de mundos.
O que foram esses passados tão ilusores dos antanhos
Correndo ai quantos riscos, em debates e contendas,
Que hoje seriam apenas pequenos atos estranhos,
Sem sentido ou relevância, uns trapos, fios sem emendas.
Entre essas fragas medonhas, que afloram do nosso olhar,
Ouvem-se ruídos surdos de vozes vindas de quem
Já ninguém fala, esquecidas, pois agora, se calhar
Seriam mais dissonantes, mais sem eco p´ra ninguém.
Oh vozes quem é que as ouve, desses fantasmas queridos?
Que foram perdendo o impulso, tornaram-se só murmúrios,
Aos ouvidos de quem ainda espera pelos esquecidos
Sons de confiança e amor, a que alguns chamam augúrios.
