“Insubmissos”, de Richard Zimler
Depois da morte de muitos dos seus amigos, um professor de guitarra clássica, mundano, judeu e antiga estrela da equipa de basquetebol de Greenwich Village, decide abandonar os Estados Unidos e procurar uma nova vida em Portugal. Mas aquilo a que ele chama o eclipse viral da sexualidade persegue-o até ali, quando António, o seu mais talentoso aluno, testa positivo para VIH e ameaça desistir da vida aos vinte e quatro anos. Desesperado por mostrar ao jovem que ele ainda tem um futuro pela frente, “o Professor” organiza uma viagem de carro com destino a Paris, esperando ser capaz de convencer um virtuoso a aceitá-lo como aluno. O pai de António, um homem rígido e presença distante na sua vida, decide acompanhá-los e, de passagem, os três mergulham num triângulo de aventuras, violência e revelações pessoais. Será que de caminho vão encontrar uma oportunidade de redenção?
Publicado originalmente em 1996, e inédito até agora em Portugal, “Insubmissos” é um romance vívido e intimista que ousa dar luz a temas que ainda persistem nas sombras.
“O que é amar um país”, de José Tolentino Mendonça
José Tolentino Mendonça, poeta e sacerdote, explica que o tempo atual representa também uma oportunidade para nos reencontrarmos. Confinados a um isolamento, compreendemos talvez melhor o que significa ser – e ser de forma radical – uma comunidade.
Neste pequeno volume reúnem-se três temas essenciais para a atualidade portuguesa: 1) o que é amar um país; 2) qual o sentido da palavra “esperança” em tempos de pandemia; e 3) de que forma a beleza, a graça e a fé podem combater a solidão e a calamidade do nosso tempo. O primeiro tema é abordado no discurso de José Tolentino Mendonça (que mereceu vários elogios públicos) nas cerimónias do Dia de Portugal a 10 de junho de 2020, aqui publicado na íntegra.
O segundo tema está na origem de um texto intitulado “O Poder da Esperança”, publicado originalmente no início da pandemia, e onde se viaja pelo meio dos clássicos, da filosofia, da teologia e da poesia – como experiências da catástrofe e da terapia de resposta.
Finalmente, o livro encerra com 11 textos dispersos que prolongam a leitura dos livros anteriores de José Tolentino Mendonça em torno da necessidade da beleza e contemplação em tempos de solidão, imprevisibilidade e dor extrema. Trata-se de um livro de grande urgência – que diz respeito a todos, crentes e não crentes. Sobretudo, a todos os portugueses.
Sobre o discurso do Cardeal Tolentino Mendonça, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, refere que “bem precisávamos de um homem do humanismo e, portanto, da cultura, de um pensador, de um escritor, de um poeta para nos falar da importância dos outros e da sua redescoberta, a começar nas famílias, nas vizinhanças, nas amizades, da atenção aos mais pobres, vulneráveis e dependentes, do pacto entre gerações, tentando ultrapassar o abismo já cavado entre os mais e os menos jovens”.
Nota: estes livros estão disponíveis na Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo