E os dois vão estar à conversa com miúdos e graúdos no Instagram da câmara no próximo fim de semana
Faz todo o sentido que um artista que já andou a fazer espetáculos de comédia por todo o mundo não só conheça o Pai Natal, como também se tenha tornado seu “grande amigo”. Mas ainda faz mais sentido quando esse artista é Pedro Neves, um eterno “apaixonado” pela magia do Natal, e o Pai Natal é o seu tio, Vítor Neves, que o viu nascer e que desde há alguns anos o ajuda na produção e organização dos eventos.
“Sintonia” é coisa que não lhes falta. Sobrinho e tio, ambos sanjoanenses, estão juntos desde sempre, unindo-se agora, mais uma vez, para este desafio. Os principais objetivos são celebrar o Natal em família – daí os pais também serem convidados a aderir a esta iniciativa integrada na programação natalícia digital do Município – e transmitir online uma mensagem de esperança, mas também pedagógica.
“Habitualmente, o Pai Natal só quer saber se os meninos se portam bem ou mal, se estudam muito e se tratam bem a família. Mas desta vez surge com outras preocupações”, afirmou Pedro Neves, acrescentando que “o Pai Natal também quer saber se os meninos estão a ter cuidado com as pessoas mais velhas da família, se fazem a higienização corretamente, se lavam frequentemente as mãos, se usam máscara, etc.”.
Num ano ensombrado pela Covid-19 e por um sem número de regras sanitárias, este “é um dos critérios muito importantes para que as crianças possam ter os seus presentes”, avisou o humorista, em conversa com o labor.
A partir de casa de Pedro Neves, junto à lareira, em S. João da Madeira, o Pai Natal vai falar à distância, diretamente, com meninos e meninas entre os três e os sete anos e os seus pais. Já o fez esta última quarta-feira, através do Facebook da câmara, e vai voltar a fazê-lo nos dias 19 e 20 de dezembro, pelas 17h00, no Instagram também da autarquia.
A ideia é não se perder a magia que carateriza esta época festiva e pela qual Pedro Neves “é doido” desde que se lembra de ser gente. “Só perdi a magia do Natal [por poucas horas]” com quatro anos, quando “o meu pai se vestiu de Pai Natal, em casa da minha avó, para me dar um carro telecomandado com um fio comprado em Tui (Espanha), e deixou um bocado da fralda da camisola de fora. Aí eu percebi que era o meu pai e, portanto, ali quebrou-se um bocado a magia. Mas no dia a seguir o meu padrinho tinha prendas para me dar e eu recuperei outra vez [risos]”, contou à nossa reportagem.
“O Natal deste ano será diferente, mas não deixará de ser mágico”, garantiu o comediante, acrescentando que “os tempos são outros e as tecnologias estão, como nunca, ao nosso dispor”. Aliás, em seu entender, “numa altura em que a nossa liberdade e a nossa mobilidade estão tão condicionadas, é fundamental que alimentemos o espírito natalício”.
Vítor Neves estreia-se como Pai Natal
Aos 65 anos de idade, Vítor Neves estreia-se como Pai Natal e, conforme garantiu à nossa reportagem, estará à altura deste papel. Pelo menos, tem idade e peso suficientes para ser o Pai Natal. E também tem muito sentido de humor.
Avô há um ano e ator amador há cerca de 17 anos, disse-se “muito entusiasmado” com este projeto do seu sobrinho, no qual acredita e vê potencial para passar do digital para a “vida real”.
“Gostava imenso que os pais percebessem a importância deste trabalho e que ajudassem aderindo [aos diretos]”, referiu Vítor Neves, defendendo ainda: “Este projeto seria também muito bonito nas empresas, com os colaboradores e os seus filhos”. “É claro que a narrativa seria diferente, contudo, gostava que os empresários vissem isto como uma boa ideia”, completou.
Depois de ontem, Vítor Neves volta a vestir a pele do “senhor das barbas brancas” mais famoso do mundo no próximo fim de semana. Para trás, estão perto de duas décadas de teatro amador, umas vezes ligado ao Grupo de Teatro Amador do Orfeão da Feira, outras a encenadores independentes, alguns até estrangeiros.
Este ator “já trabalhou e teve papéis de destaque na Viagem Medieval, na peça de teatro do 20 de Janeiro, etc.. É uma pessoa que tem uma larga experiência de público”, sublinhou Pedro Neves.
