“Infelizmente a violência doméstica e a violência de género são uma realidade no nosso concelho e na nossa região”, lamentou Rita Pereira, do PS
A deputada da bancada do Partido Socialista (PS) trouxe à Assembleia Municipal (AM), para reflexão, os temas da violência doméstica e da violência de género. “Infelizmente a violência doméstica e a violência de género são uma realidade no nosso concelho e na nossa região”, lamentou Rita Pereira, dando nota, por exemplo, que só em 2019 o Gabinete de Apoio à Vítima da Polícia de Segurança Pública (PSP) da cidade “recebeu 120 queixas por maus tratos físicos, psíquicos, ameaça, coação, injúrias, difamação, abusos sexuais, entre outras”. Já para não falar que “a 23 de novembro de 2020 30 mulheres já haviam sido mortas no nosso país, 16 destas em contexto de relações de intimidade”
Em seu entender, esta é, pois, “uma realidade à qual nenhum autarca pode ficar alheado”. E, por isso, disse ser “com bons olhos que olhamos para a aposta do Município no que concerne a esta temática, que implementou a estrutura de apoio à vítima ‘Aurora’”. Espaço que, “infelizmente, já foi necessário usá-lo”, referiu o presidente da câmara.
“A violência doméstica é uma chaga da nossa cidade”
Segundo Jorge Sequeira, “a violência doméstica é uma chaga da nossa cidade”. Aliás, já o é “há muitos anos”, levando-o na altura em que era membro da AM, “se calhar, a fazer mais do que uma intervenção sobre a violência doméstica em S. João da Madeira”.
“Lembro-me que nessa altura nós éramos o concelho do distrito que tinha maior volume de participações de violência doméstica. E isso marcou-me”, admitiu o edil, para quem “não é fácil” resolver este “problema”, “mas cada um tem de fazer aquilo que está ao seu alcance para o prevenir e quando não podemos prevenir para auxiliar as vítimas”. “Creio que estamos a fazer, aqui, aquilo que é o nosso dever”, rematou.
Espaço camarário acompanha, neste momento, 10 processos
Questionado pelo labor sobre o assunto, o Município informou que, desde a abertura do espaço camarário, há três meses, foram realizados 16 atendimentos telefónicos e 15 presenciais, predominantemente de âmbito social, mas também de apoio psicológico e de esclarecimento jurídico.
Desses contactos, resultou a abertura de 10 processos em acompanhamento pela estrutura de apoio que funciona no Fórum Municipal, na Avenida da Liberdade, sendo nove de pessoas do sexo feminino e um do sexo masculino. A autarquia adiantou ainda, em exclusivo ao nosso jornal, que em seis das situações, há menores a cargo e outras quatro são sinalizações de outros serviços.
No gabinete “Aurora”, o atendimento por um técnico é feito de segunda a sexta-feira das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, mediante marcação prévia. Já o acompanhamento psicológico acontece especificamente à segunda-feira.
Mais informações podem ser obtidas através do tlm nº 966 754 024, de segunda a sexta feira, das 9h30 às 17h30 (voice mail ativo 24 horas), ou do email [email protected].