A minha coluna

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O “BALLET RUSSO”…

Vamos falar de vacinas. Como as da gripe já eram, vamos às da Covid ou, como muitos defendem, àquelas que periodicamente teremos que tomar para evitar a que será a nova gripe do futuro.

Desde que se começou a ouvir falar de que já haveria vacinas disponíveis no princípio de 2021 – e isto foi já há uns meses – logo se começaram a ouvir os especialistas e comentadores a dizer como haveria de ser organizada essa gigantesca tarefa. Sim, porque aplicar 20 milhões de doses – sendo que duas são no mesmo braço (um) de cada um de nós e com uns 21 dias de intervalo – me parecia também algo que exigia muita logística e organização.

Nem vale a pena repetir que escutei sempre com muita atenção não só os que habitualmente dissertam sobre o tema – designadamente os comentadores televisivos MM e PP – mas também todos os outros que nos vão periodicamente sendo apresentados como especialistas na matéria muito embora nem uns nem outros nos tenham mostrado evidências de ter organizado alguma coisa semelhante no passado. Salvo, obviamente, um senhor de uma empresa que habitualmente transporta medicamentos e que, à partida, parecia ter alguma experiência em transportar, também, vacinas. O que fomos ouvindo foi, pois, que “a coisa” não ia correr bem, que era preciso a intervenção das forças armadas, que os portugueses eram por regra desorganizados e “a coisa” tinha, por isso, tudo para correr mal. Até se deu como exemplo o caso dos Estados Unidos, país que tinha a gigantesca – aí sim… – tarefa a cargo de um antigo general que até dizia que punha tudo em marcha 24 horas depois de receber ordem para avançar. No início de dezembro verificou-se que não foi bem assim, que foram precisos mais uns dias, mas, como eram previsões, pronto. Tudo bem.
Nós é que não, diziam os comentadores. Somos desorganizados por natureza e não como os alemães, esses sim, organizados. Para nos convencer que eles são melhores que nós, a PP só faltou falar da segunda guerra… Mas sobre os alemães falaremos adiante.

Por agora a ideia que queria deixar é que eu, um em 10 milhões de desorganizados, fiquei assustado. Não fiquei em pânico porque sou moderadamente otimista, mas fiquei, pelo menos, apreensivo. E quando soube que em dezembro já vinham quase 10 mil doses pensei: Pronto. Vamos ter o Natal estragado. Ainda por cima depois disseram que vinham mais 70 mil antes do fim do ano. E aí sim. Nem o farrapo velho me soube bem tanta era a preocupação. Mas, à hora a que escrevo, sabe-se que a vacinação que decorreu ontem, domingo, aos profissionais de saúde, terá tido a eficiência de um “ballet russo” nas palavras de vários intervenientes, nenhum deles membro do Governo ou da DGS. Pelos vistos “a coisa” correu bem. Mas faltam ainda uns milhões. E continuo apreensivo porque estou sempre a pensar no que disseram os especialistas de coisa nenhuma…
Balha-me Deus!

E A EFICIÊNCIA ALEMÃ!

Falemos dos alemães, os organizados e eficientes. Para eventual desgosto do comentador PP que foi quem mais defendeu a eficiência alemã para perspetivar, de forma independente, claro, a esperada incapacidade nacional ou, lendo nas entrelinhas, do atual Governo, há um caso que convém não passar despercebido.
Segundo notícias de hoje oito funcionários de um lar na Alemanha foram vacinados, por engano, cada um, com 5 (cinco) doses da vacina da Pfizer, em resultado de um erro de manipulação do produto. As ampolas com a vacina teriam de ser diluídas e cada uma daria para 5 doses. Pelos vistos esses alemães não o fizeram e espetaram no braço de cada um dos sujeitos a dose que dava para cinco. É obra. Afinal, os organizados e eficientes alemães não deram formação suficiente aos seus técnicos. Ao contrário dos desorganizados dos tugas. É claro que os erros acontecem. Mas o que dirá no próximo domingo PP? Ou o que diria se um erro desses tivesse acontecido – ou até possa acontecer – no desorganizado Portugal?
Balha-me Deus!

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