Oposição discorda do preço e da margem de lucro

 

Depois de ter distribuído gratuitamente as garrafas reutilizáveis pela comunidade educativa e funcionários públicos em 2019 com o objetivo de reduzir o impacto de determinados produtos de plástico no ambiente, a Câmara Municipal de S. João da Madeira decidiu começar a vendê-las em 2021.

O estabelecimento do preço de venda ao público no valor de três euros, com 48,5% a reverter para o Município, que é o equivalente a 1,48 euros, foi aprovado por maioria com cinco votos a favor do PS e duas abstenções da coligação PSD/CDS-PP na reunião de câmara de 22 de dezembro. O produto passa a estar disponível para venda no Atendimento ao Munícipe da câmara e na loja do Turismo Industrial.

“Atendendo ao design da garrafa, surgiu a ideia de a colocar à venda”, deu a conhecer o presidente Jorge Sequeira. Apesar de a “ideia ser boa”, “algumas questões ambientais não foram acauteladas” como o facto de ela ser importada da China e criar “uma pegada de carbono imensa”, apontou Paulo Cavaleiro. Para além disso, o vereador da oposição discordou do preço e da margem de lucro atribuída ao Município. “Continuo a não perceber a questão do preço e 48,5% (de lucro) não faz sentido. Se ofereceu as garrafas e o objetivo é estimular, se calhar até podia oferecer a toda a população”, disse Paulo Cavaleiro.

“A existência de uma margem para a venda de produtos tem sido uma prática do Município” que “faz sentido para contribuir para os custos de gestão”, justificou o presidente. Em relação à origem do produto, Jorge Sequeira recordou que “infelizmente importamos muitos bens da China” e não só. “Somos um país que para subsistir tem de importar bens”, acrescentou. “O que nos interessa aqui é a mensagem ambiental que está a ser passada”, “continuar a divulgar as boas práticas junto dos meninos e das meninas que são e serão os nossos polícias do ambiente” e “reduzir o consumo de produtos de plástico de utilização única”, reforçou Jorge Sequeira. O vereador da oposição questionou ainda o executivo sobre o tipo de plástico com que é feito a garrafa. “A câmara teve o cuidado de verificar o tipo de PET, não parece reciclável”, alertou Paulo Cavaleiro. “O Município tem a ficha técnica com as características do produto e a certificação”, mas “não conheço o PET”, respondeu o presidente da câmara, remetendo esta questão para “esclarecimentos ulteriores”.

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