10 utentes faleceram nas duas últimas semanas
Na semana passada a Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira tinha 71 casos ativos de Covid-19. Dos 46 utentes e 25 trabalhadores infetados, “estão hospitalizados cinco utentes e a generalidade dos demais está estável e assintomática”, deu a conhecer a instituição em comunicado enviado aos jornais.
Ao longo da semana passada, a Santa Casa realizou 787 testes, 434 a utentes e 353 a trabalhadores, dos quais 99 deram positivo e 688 negativo. Na semana passada recuperaram 20 pessoas, 11 utentes e nove trabalhadores, e faleceram oito utentes.
Na semana de 28 de dezembro, a Misericórdia registava 25 casos ativos, 17 utentes e oito colaboradores. Aos 523 testes realizados, 275 a utentes e 248 a trabalhadores, 35 deram positivo, 23 utentes e 12 trabalhadores, e 488 deram negativo, 252 a utentes e 236 a trabalhadores. Nesta semana oito pessoas recuperaram da infeção, quatro utentes e trabalhadores, e dois utentes faleceram.
Estes dois óbitos juntam-se aos oito registados na semana passada, perfazendo um total de 10 utentes falecidos nas duas últimas semanas. “Não sabemos se morreram de Covid-19, mas quando morreram tinham Covid-19”, esclareceu Vítor Gonçalves, diretor de serviços da Misericórdia, ao nosso labor. Por isso, podemos dizer que quando os utentes morreram estavam infetados com a Covid-19, mas isso não quer dizer que morreram da Covid-19.
Desde que apareceram os dois primeiros casos de Covid-19 no mês de novembro, o número de infeções tem vindo a aumentar. Oito casos foram registados na semana de 14 de dezembro, cinco em utentes e três em trabalhadores. Um número que aumenta na semana seguinte, de 21 de dezembro, ao atingir os 18 infetados, 11 utentes e sete trabalhadores, e continua a crescer nas duas semanas seguintes. Atinge os 25 infetados na semana de 28 de dezembro e os 71 na de 4 de janeiro.
Os dados facultados pela Misericórdia distam uma semana entre si, o que levou o nosso jornal a pedir os dados referentes a esta semana, de 11 de janeiro, para serem publicados nesta edição. Contudo, tais dados só são apurados no fim da semana. Como os novos testes começaram a ser feitos no dia 11 e terminaram ontem, dia 13, os resultados dos mesmos apenas são conhecidos amanhã, ou seja, não seria possível ter informação disponível até ao fecho da presente edição.
Ao todo, nas últimas quatro semanas, a Misericórdia realizou 1.902 testes. A saber, 250 na de 14 de dezembro, 342 na de 21 do mesmo mês, 523 na de 28 de dezembro e 787 na de 4 de janeiro. Os dados apresentados contemplam o universo de 470 pessoas, 275 utentes e 195 trabalhadores, associados aos seis equipamentos residenciais – três lares de idosos, uma unidade de cuidados continuados, um lar para pessoas portadoras de deficiência e uma casa de acolhimento de crianças e jovens – da Santa Casa. A apresentação dos dados agregados pretende salvaguardar a identidade das pessoas infetadas que é um direito que está garantido pela lei.
Situação está a ser acompanhada pelas autoridades competentes
Quando apareceu a pandemia, em março do ano passado, a Santa Casa esclarece que “teve o cuidado de aplicar os normativos legais e as orientações técnicas que foram sendo publicadas versando as diversas dimensões da atividade social”. Tais como reorganizar espaços físicos, delimitar áreas de confinamento, reforçar e formar recursos humanos, comprar equipamentos de proteção individual, material de segurança e dispositivos de higiene e limpeza, refazer procedimentos de trabalho, gerir visitas, entre muitas outras medidas. Também promoveu “um rastreio regular à infeção SARS-CoV-2 a utentes e a trabalhadores, de março a novembro, somando mais de 450 os diversos testes (serológicos, antigénio e testes PCR)” que foram feitos na sua maioria sob coordenação do Instituto da Segurança Social, em articulação, e com o acompanhamento, da Proteção Civil Municipal. Entre os fins de outubro e de novembro foi cumprido um rastreio semanal a colaboradores em todos os equipamentos, acabando por ser diagnosticados dois utentes com a infeção, da qual acabariam por recuperar. A partir de dezembro de 2020 apareceram os casos reportados anteriormente. “Enquadrados num contexto externo em que o risco de transmissão no concelho de S. João da Madeira foi sinalizado como ´extremamente elevado´, identicamente ao que sucedeu nos concelhos vizinhos de Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Arouca, de onde provêm grande parte dos trabalhadores”, constatou a Misericórdia. A situação está a ser acompanhada pela “Autoridade de Saúde – Unidade de Saúde Pública ACES Aveiro-Norte que regularmente rastreia utentes e trabalhadores, determina medidas de higiene e segurança, e vigia a sua implementação”; pelo “Centro Distrital de Aveiro do Instituto da Segurança Social, que diariamente contacta a instituição para avaliação e três vezes por semana recolhe dados estatísticos”; e pela “Proteção Civil de S. João da Madeira, que presta apoio técnico e material, cedendo equipamentos e desinfetando espaços físicos”, assegurou a Santa Casa, agradecendo a todos eles “a indispensável, solícita e competente ajuda”. A Misericórdia deixou ainda “uma palavra de conforto e de confiança aos familiares dos utentes”, esclarecendo que “as direções técnicas de cada equipamento social reportam aos Cuidados de Saúde Primários diariamente o estado de cada utente e estão disponíveis para informar os ´familiares de referência´ de cada utente do seu estado”.
Área Covid no site da Misericórdia
A Misericórdia está a preparar uma área Covid-19 na sua página institucional (www.misericordiasjm.org), na qual será possível acompanhar o evoluir da situação pandémica nos diversos equipamentos sociais até ao fim desta semana.