“Ainda bem que permitiram não concentrar tudo no mesmo dia”, salientou o eleitor André Pinho, médico no Hospital de S. João no Porto, ao labor
Das 809 pessoas inscritas, 758 exerceram o direito ao voto antecipado para as eleições presidenciais, ao longo de domingo de passado, no Fórum Municipal em S. João da Madeira, onde estiveram disponíveis duas mesas de voto, as previstas e permitidas por lei face ao número de inscrições.
O processo de votação correu “bem”, afirmou o presidente da câmara, Jorge Sequeira, considerando ser normal a criação de filas nos atos eleitorais.
O labor conversou com dois sanjoanenses que decidiram votar de forma antecipada. André Pinho tem 38 anos e é médico no Hospital de S. João no Porto. Como “estou de urgência no próximo domingo, tive de votar antecipadamente”, deu a conhecer o sanjoanense. A estreia nesta forma de voto “correu muito bem”. André Pinho e a sua esposa, enfermeira, igualmente no Hospital de S. João, demoraram “cerca de 20 minutos” a votar e ao longo do processo de espera foi tido “todo o cuidado com o distanciamento”. O médico sanjoanense elogiou o “processo fácil” de inscrição e confirmação do voto antecipado sem ter de sair de casa e o facto deste processo ser uma mais-valia sobretudo no atual contexto de pandemia atual. “Ainda bem que permitiram não concentrar tudo no mesmo dia. Apesar das filas no Porto e em Lisboa, acho que o voto antecipado é uma situação positiva para diminuir as filas no próprio dia e esperemos que para diminuir a abstenção”, salientou André Pinho ao labor, terminando com um apelo: “Não podemos deixar passar a oportunidade de votar para combater os extremismos que têm crescido na nossa democracia”.
Abstenção “entristece-me, enquanto cidadã, mas também enquanto mulher. Houve quem perdesse a vida para podermos exercer o direito ao voto”
Joana Dias tem 37 anos e é funcionária no Lar da CERCI de S. João da Madeira. “Eu decidi votar antecipadamente porque vou estar dia 24 destacada para as mesas de voto. Por norma, como as mesas de voto são todas no Fórum Municipal, o processo de sairmos do nosso local para ir votar é rápido e não causa grande transtorno”, mas “este ano, além dos locais de voto serem descentralizados e a adivinhar que tenhamos que cumprir algumas regras de distanciamento e desinfeção que tornem o processo mais moroso, decidi votar antecipadamente para não termos mais um elemento que possa dificultar o nosso trabalho no dia das eleições”, explicou Joana Dias.
A sanjoanense assumiu ter ficado “espantada com a quantidade de gente que decidiu votar antecipadamente”. Em relação à existência de “duas filas bastante grandes”, “como o voto antecipado é um processo diferente demora mais um bocadinho, mas tudo muito bem organizado e com uma postura muito tranquila e solícita da organização”, considerou Joana Dias.
Na véspera de mais uma eleição em que a abstenção é apontada como a grande vencedora, esta é uma realidade que “entristece-me, enquanto cidadã, mas também enquanto mulher. Houve quem perdesse a vida para podermos exercer o direito ao voto”, frisou a sanjoanense. “Esta é a nossa voz, a nossa forma de tomar posição na sociedade. Votar é um exercício de cidadania, não podemos menosprezar a importância de votar conscientemente nas pessoas que nos vão representar e aos nossos interesses na construção e transformação da sociedade que vivemos”, concluiu Joana Dias ao labor.
Inscritos no voto antecipado que não votaram podem fazê-lo no dia 24
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) esclarece que todas as pessoas que se inscreveram para o voto antecipado e não exerceram esse direito no dia 17 de janeiro o podem fazer no próximo domingo sem necessitar de qualquer justificação. A CNE louva ainda “a determinação de todas as pessoas que, nas circunstâncias atuais, se inscreveram para exercer o direito de voto antecipadamente e assinala também o esforço e empenho de todas as pessoas que trabalharam neste processo, que, em contexto de pandemia, coloca desafios novos e se socorre de mecanismos em constante aperfeiçoamento”.
12 Pessoas confinadas já votaram na cidade
Entre as 12.206 pessoas que estão em confinamento e em lares que se inscreveram no voto antecipado, 12 estão em S. João da Madeira.

Os votos destas pessoas foram recolhidos ao longo dos dias 19 e 20 de janeiro por equipas criadas pelas câmaras municipais em todo o país. No caso de S. João da Madeira, por serem apenas 12 pessoas, a recolha foi feita apenas durante a tarde de ontem. A equipa foi formada pelo presidente da câmara Jorge Sequeira, pelo coordenador Normando Oliveira e um técnico da proteção civil municipal.
As pessoas que ficaram obrigadas a ficar em casa a partir do dia 17 e até ao dia da eleição, 24 de janeiro, não vão ter a oportunidade de exercer o seu direito de voto. Já depois do fecho da edição, o labor teve conhecimento que das 12 pessoas inscritas, uma desistiu. Assim sendo, apenas 11 pessoas confinadas exerceram o direito de voto antecipado.
TUS vai circular no dia das eleições
Os autocarros dos Transportes Urbanos de S. João da Madeira vão circular este domingo, dia 24 de janeiro, com o percurso ajustado de forma a passar pelos diferentes locais de voto.
O horário de funcionamento será entre as 8h00 e as 20h00 com um desfasamento de meia hora entre si.
Depois de ter consultado a subcomissão de proteção civil local, o presidente da câmara, Jorge Sequeira, decidiu distribuir aquela que era até então a única secção de voto, no Fórum Municipal, por seis locais diferentes da cidade, com o objetivo de assegurar as condições de cumprimento das recomendações da Direção-Geral da Saúde e da Comissão Nacional de Eleições face à situação pandémica, garantindo aos eleitores de S. João da Madeira melhores condições para votar em segurança.
Recordamos que as secções de voto vão estar distribuídas pelos seguintes locais: Fórum Municipal, Casa da Criatividade, Escola Oliveira Júnior, Escola Dr. Serafim Leite, Escola João da Silva Correia e antigo Ciclo Preparatório (EBS2/3).
Não estão previstos testes à Covid para membros das mesas de voto
Para além de uma campanha de divulgação dos diferentes locais de voto, que inclui a entrega de um infoemail na casa dos sanjoanenses, que já está em marcha, estão a ser preparados “percursos” e toda uma “logística” para que, no próximo dia 24, caso chova e “se formem filas”, estas possam ficar “abrigadas da chuva”.
Segundo Jorge Sequeira, depois de interpelado por Paulo Cavaleiro (PSD/CDS-PP) na última reunião de câmara a propósito das eleições presidenciais, o Município ainda vai “verificar se se torna necessário colocar acrílicos [a separar os elementos das mesas de voto dos eleitores]”, à semelhança do que fizeram outros congéneres no passado domingo em que houve voto antecipado em mobilidade. Se bem que “o que é requisito fundamental e obrigatório é o uso de máscara”, recordou o autarca.
Quanto à realização de testes à Covid-19 aos membros das mesas de voto, também sugerida pelo vereador da oposição, o líder autárquico disse que, embora não esteja prevista, “essa questão” será colocada à autoridade de saúde. “Se for necessário, ainda estaremos a tempo de o fazer”, completou, lembrando ainda que “os testes têm um prazo de validade muito reduzido” e que “serão sempre voluntários”.