A minha coluna

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ASSIM NÃO VALE, SENHOR DOUTOR 

Estamos numa situação complicada. Não há volta a dar. E se o Governo fecha, devia abrir. Se abre, devia fechar. Se proíbe devia permitir. Se permite devia proibir. Não há mesmo volta a dar. Ou cada um de nós cumpre por si e pelos outros, ou alimentamos esta revolta de cada um contra todos sem chegarmos a lado nenhum. E já se percebeu que não importa se hoje concordamos com as medidas de hoje porque amanhã, quando se perceber que não resultaram, seremos os primeiros a acusar quem as tomou e a esquecer que as tínhamos validado. E o mais fácil o que é? É o que habitualmente fazemos: CRITICAR! Há um médico deputado que, por essa razão, pouco tempo passa no hospital. Mas como a situação exige empenhamento e ajuda de todos, o deputado foi – e muito bem – fazer voluntariado para um hospital e viu, obviamente, falecimentos. Como se não bastassem as notícias fez um vídeo afirmando que nunca tinha visto nada igual como nessa noite em termos de falecimentos por covid. Foi um depoimento lancinante e que nos tocou. Contudo, segundo notícia do conceituado e respeitado Expresso uma deputada pediu ao Hospital para confirmar quantos falecimentos tinha havido na noite em causa. Resposta do Hospital: Três! Três são muitos mas não o que o tal deputado relatava. Das duas uma. Ou o deputado médico nunca tinha estado a trabalhar desde que há pandemia ou pretendeu fazer oposição de uma forma pouco ética e lamentável…

Balha-me Deus!

 

MAS ONDE É QUE ESTÁ O CÃO? SEI LÁ, SEI LÁ…

Já se sabia que os romanos não quiseram nada connosco. Como não nos governávamos nem deixávamos que nos governassem, os generais romanos para aqui destacados resolveram regressar a casa e deixar-nos à nossa mercê. Terão feito bem? Se tivessem sido um pouco mais persistentes talvez a nossa História fosse diferente, para melhor ou para pior. E este episódio do que os generais romanos reportaram ao imperador a nosso respeito vem por vezes à atualidade como tão atual é a nossa incapacidade, como Povo, de se governar. Já que não queremos ter quem nos governe, pelo menos podíamos governar a vida e atitude de cada um. Mas já se percebeu que não há jeito. No fim de semana anterior o presidente da câmara de Cascais disse nas TVs que havia gente a passear a trela sem cão só para se aproveitar da exceção que as regras de confinamento davam para “passear o cão”. Os tais espertos justificavam-se dizendo que o cão tinha fugido e que andavam à procura dele. Foi uma ideia criativa, sem dúvida, mas diz tudo sobre nós ou, pelo menos, sobre muitos de nós. Não nos deixamos governar nem nos governamos. É claro que a culpa é sempre do Governo. Deste ou doutro que lá estivesse. Fosse o Governo do país como o da China e outro galo (ou cão?) cantaria…

Balha-me Deus!

 

POR FALAR EM CÃO…

Eu não tenho cão, mas tenho gatos… Um dos meus gatos, o … preto (pronto, já disse…) tem andado muito agitado neste janeiro. Quem tem gatos sabe que o janeiro é um mês especial para a gatarrada. Fogem mais, fazem umas saídas mais alargadas e respeitam zero qualquer confinamento. Pois o meu gato preto tem, neste janeiro, uma agitação muito especial. Está diferente de janeiros anteriores. Se eu falo mais alto ou deixo cair uma peça do talher o tipo foge e esconde-se. Quando deixo a televisão a falar sozinha durante o telejornal, não raras vezes o vejo em corridas desenfreadas e, curioso, em alguns casos vem para junto de mim, com ar de assustado, como que a pedir proteção. Comportamento estranho para um animal que, habitualmente, só se chega a mim para pedir comida. Com a repetição do comportamento percebi que ele fugia da televisão quando estavam a falar os candidatos a presidente. Aperfeiçoei a análise como fazem os especialistas e concluí que, embora fugisse de todos, a velocidade e o susto aumentavam exponencialmente quando falava o candidato racista. Que, ainda por cima, normalmente fala aos berros a fazer lembrar o Hitler nos comícios nazis. E aqui chegados questionei-me sobre a capacidade dos animais em perceberem quem é perigoso ou não. O meu gato acha, portanto, esse candidato muito perigoso. Foge dele por razões que bem entende o que, para um gato, não deixa de ser um sinal a ter em conta. Além desse candidato o meu gato só costumava fugir do cão da minha vizinha que também ladra muito alto. Mas esse, pelo menos, ainda não se candidatou a nada…

Balha-me Deus!

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