Mais uma vez deveremos dizer não aos tais racismos…
Conceito vulgarizado, atentório, de onde emana
Boa dose de maldades, no quotidiano dos ismos,
Pois apenas há uma raça, com consciência, a humana…
Não existe o branco ou preto, o amarelo ou o vermelho.
Pois tudo passa e apenas – pigmento melanina –
Que aumenta ou diminui, conforme o clima, tão velho,
Vindo de um gene antigo, que o ADN domina…
O antropoide evoluiu – latitudes tropicais –
Nas diásporas p´lo planeta, ao longo de milhões de anos,
Saiu da terra africana…com climas, calores tais,
Para os do Norte, suaves, e clareia a cor dos humanos
Quando nasce fica-se escuro, melanina a protegê-lo,
Sol ardente, tropical, p´ra evitar as queimaduras,
E prossegue a sua rota, para Norte, mais frio e gelo,
E daí para diante, quantas vidas de aventuras…!
Passam-se eras glaciares onde o sol é fraco e lento,
Não precisa proteger sua pele, e a melanina,
Pinta menos a cútis, será mero pigmento,
Que lhe dá a cor de início, que agora menos domina.
E teima-se à viva força, no racismo malfadado,
Que não existe na essência somente na ignorância;
Um conceito que nos vem, de uma era, de um passado,
Das descobertas pelo mundo, o europeu da nossa infância
O europeu que só via no nativo de além-mar
Outro género o indígena de cor que não era a sua,
Atrasado, pagão duro, com deuses só para adorar,
Na sua mente tão própria num corpo de cor tão crua.
E lança-se outra enzima, chamada adrenalina,
No calor das discussões, deste racismo letal!
e agora pobres de nós, pela sua melanina,
Travam-se lutas por nada. Só por um dito sem ter mal.