Resposta curta :
É mais do que isso. É vital .
Resposta longa :
Quase se pode dizer que o comércio é a “alma” de uma cidade.
O “comércio” é gerador de negócios e vendas entre a população e os mais diversos agentes comerciais. Esta actividade imensa, provoca a circulação de cidadãos, utilizando ruas, avenidas, edifícios, os mais diferentes espaços urbanos.
O pequeno comércio é o actor principal neste processo de vida de qualquer cidade.
Frequentemente os chamados lojistas situam-se no rés do chão de edifícios habitacionais e conseguem moldar-se através dos tempos para servirem os anseios da população. São, portanto, facilmente flexíveis se não surgirem políticas que prejudiquem a sua atividade.
O aumento exagerado de grandes superfícies, shoppings, cadeias alimentares, etc., em cidades de média dimensão, tem vindo a ser nocivo e dramático para todo o pequeno comércio.
Ao contrário de outros países, Portugal tem vindo a permitir por esse país fora, que estas “entidades comerciais“ se implantem sofregamente no território. Estas têm sempre uma perspetiva feroz de concorrência entre si ao nível da localização fazendo lembrar o tempo em que se abria um cabeleireiro e se abria mais dois ou três ao lado. Qualquer pessoa se apercebe disso, ironiza sobre esse crescimento, mas utiliza-as em detrimento dos pequenos comércios.
As Autarquias abrem portas a estas “grandes superfícies” julgando que dão uma imagem de modernização da cidade e de novos postos de trabalho. Interessa-lhes ainda os impostos que as mesmas empresas deixam nos Municípios; o IMI, taxas, derramas. No entanto esquecem e negligenciam o impacto negativo que as ditas superfícies acarretam para o equilíbrio económico de toda a actividade comercial “residente” há gerações. E por
conseguinte penalizam a sustentabilidade da “Cidade”.
Aos comerciantes cabe-lhes fechar portas, deixando montras vazias, ruas com o inevitável esvaziamento. Tudo é lento, progressivo, mas sem retorno. Estes poderão eventualmente apostar noutras localizações da cidade, com melhor aproximação junto do público. Essa aproximação é sempre o automóvel, quer se queira quer não.
S. João da Madeira sofre dramaticamente desta realidade.