A minha coluna

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O TUGA NO SEU MELHOR

O mais recente desporto nacional tem a ver com os chico-espertos que se metem à frente nas filas para a vacina. Desde sempre os vimos, mas noutras situações. O curioso é que, agora, anda toda a gente espantada a gritar “como é possííííível????”. É possível, sim. É e sempre foi. Eu até acredito que sempre será. Como dizia um amigo “tem estado sempre assim…”. É claro que as televisões vão andar atrás de todos os casos que surgem um pouco por todo o país acusando, como também é hábito, toda essa gente de criminosos e corruptos. Nalguns casos assim poderá ser se a justiça o vier a provar, não os jornalistas. Mas há outros em que as justificações dadas até parecem plausíveis. Vamos até aos Estados Unidos só para internacionalizar a análise. Devido a um forte nevão muitos automobilistas ficaram retidos numa estrada “enevada” – quer dizer, atolada de neve… – e numa das viaturas circulava uma equipa de profissionais de saúde com uma caixa que tinha várias doses de vacina. Como corriam o risco das vacinas irem para o lixo, como por cá se diz, resolveram abordar os automobilistas que também estavam bloqueados e usaram as vacinas em alguns deles. O caso mereceu elogios nos Estados Unidos e até nas nossas televisões. Se fosse por cá as questões seriam: Quem eram esses tipos? Eram mesmo da saúde ou tinham roubado as vacinas? E de onde tinham saído? Para onde iam? Qual o critério para escolher quem vacinaram? Foram, os de mais de 80 anos? Ou os que tinham as tais comorbilidades? E quais eram? Algum deles seria familiar do Trump ou do Biden? Ou do presidente da Junta? Mais grave ainda: Então esses técnicos não conseguiram prever que ia nevar demais na estrada onde se meteram para levar as vacinas? E onde as levavam (outra vez…)? E eram para quem? E por aí fora…
Balha-me Deus!

AS DESORDENS DA SAÚDE

Já o escrevi, mas nunca é demais relembrar. Há uns anos a Ordem dos Médicos é que decidia se os governos poderiam ou não abrir mais vagas nos cursos de Medicina. Os menos jovens estarão recordados deste assunto quando centenas de alunos do secundário lutavam por ter 20 ou 19,9 valores para poderem ser admitidos numa faculdade de Medicina. As vagas eram muito limitadas e quando os governos queriam aumentar esse número lá vinham os senhores doutores da Ordem dizer que NÃO, que havia muitos médicos e mais do que suficientes. O que era interpretado como a força de uma corporação que não queria mais concorrência. Muitos dos nossos jovens tiveram, por isso, de ir estudar Medicina para outros países. Salamanca, aqui ao lado, foi uma das universidades que acolheu muitos deles, alguns com notas muito próximas dos tais 19 e que hoje são profissionais também de excelência, mas nem sempre em Portugal. O comportamento “quiçá mafioso” da Ordem começou a ser mais apercebido quando, por exemplo, com a abertura do hospital da Feira muitos dos profissionais (médicos e enfermeiros) vinham da Galiza. E noutros locais até de Cuba chegaram a ser requisitados. E porquê? Pela força “mafienta” que durante anos pressionou diversos governos. Mas quando o médico da verruga que lidera a Ordem e, já agora, a enfermeira-chefe dos enfermeiros (que é mais recente e não nos prejudicou tanto…) aparecem na televisão sem ser a trabalhar onde deviam, nos hospitais, a “bitaitar” sobre prognósticos depois dos jogos… Haja paciência para os aturar…
Balha-me Deus!

INDIGNADO

O meu gato anda indignado. Não que ele mo tenha dito assim de forma clara. Mas porque eu percebo-o pelas reações que tem. Em primeiro lugar é um companheiro para ver noticiários muito embora adormeça nos primeiros 30 minutos enquanto se fala da pandemia e dos números. O meu gato nunca teve, aliás, muito apreço por números e gráficos. Gostava muito de futebol, mas agora nem isso. E então com o Sporting à frente… E a sua indignação aconteceu de forma violenta quando ouviu um tipo dos sindicatos do pessoal dos tribunais a dizer que deveriam estar na lista dos prioritários para as vacinas porque eram pessoas essenciais ao funcionamento do país e tal e coisa. O meu gato não se ri. Creio, aliás, que os gatos não sabem rir. Mesmo quando nos parece que brincam são sisudos, ao contrário dos cães (sejam ou não sarnentos…). Mas alterou-se de forma violenta, começou a andar à roda e a dar uns miaus de revolta que só acabaram quando o jornalista passou a outro assunto e a televisão deixou de mostrar as secretárias dos tribunais, sem gente, mas cheias de montes de pastas de arquivo e de papéis, numa evidência de como o tal tipo do sindicato tinha razão. Os funcionários dos tribunais deveriam ser tão prioritários como os profissionais de saúde…
Balha-me Deus!

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