A Campanha para as Eleições Autárquicas, em S. João da Madeira já começou e a primeira candidata a candidata parece ser Helena Couto. Na excelente e esclarecedora entrevista que deu ao labor, deixa transparecer que ainda não se decidiu se se quer candidatar à Junta de Freguesia, mas obviamente também ainda não se decidiu a não o fazer… Porém, o facto desta entrevista existir revela que a atual Presidente da Junta sentiu necessidade de expor as razões que poderão servir para fundamentar a sua decisão, quer ela venha a ser positiva ou negativa, sendo que realço que a razão mais vincada e que poderá servir para fundamentar a não candidatura é aquela que foi a grande mais-valia na campanha das autárquicas de 2017 e que serviu para alavancar, mutuamente, quer a candidatura à câmara, quer a candidatura à Junta de Freguesia e que ficou por se realizar.
Falo, obviamente, da possibilidade e no caso de que se a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia fossem da mesma cor partidária a comunicação caria assegurada e que tudo funcionaria bem. Todavia, e na realidade, o que veio a acontecer foi o oposto disso, sendo que só ao fim de 3 anos de mandato é que, finalmente, se percebeu que a Câmara não via na Junta de Freguesia competência para arcar com mais responsabilidades.
“Com papas e bolos se enganam os tolos…”, diz o ditado popular e neste caso a Câmara Municipal foi assumindo responsabilidades que antes eram da Junta, como por exemplo, as competências na gestão do Parque de Nossa Senhora dos Milagres e no erro que foi a “colagem” do Orçamento Participativo da Junta ao da Câmara Municipal (felizmente, parece que este erro vais ser agora revertido) ou mesmo até no Centro de Mediação do Consumidor. Serviço que era proposto pela Junta e que a Câmara açambarcou, sem sequer dialogar com a responsável (Junta) e, tudo isto em troca de um autocarro (que, sem dúvida é uma mais-valia para a cidade) e uma ou outra parceria, nas ações da Câmara, como é o caso da Ocina do Idoso e a Cadeira Dentista, do género “podem car aqui ao lado na fotograa, mas não estrebuchem muito”.
Portanto, quanto à comunicação existente entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal camos a saber que esta é quase nula. E, se antes ainda ouvíamos a Sra. Presidente da Junta a reclamar em público e na Assembleia Municipal da falta de respostas e de diálogo com o executivo anterior, neste mandato e com este novo executivo o problema, tal como se esperava, não se resolveu e parece que até que se agravou porque continua sem respostas, com a diferença que desta vez as não respostas são em privado…
Sempre que possível há uma tentativa de branquear este desentendimento ou falta de entendimento entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal com o recorrente recurso por parte dos restantes dirigentes do partido das poucas ações que a Junta e a Câmara Municipal têm em conjunto, para dizer que este desentendimento é uma falácia e que está tudo bem, “institucionalmente”, tal como aconteceu nesta última Assembleia Municipal.
Aliás, na entrevista existe uma ténue tentativa de personalizar o problema, quando a Sra. Presidente da Junta arma que: “Não tenho uma má relação com a Câmara… estou desiludida é com o Senhor Presidente da Câmara”. O que não deixa de ser estranho, porque quem dirige os destinos da Câmara é o cidadão Jorge Sequeira, a menos que a não passagem de competências tenha sido uma birra do cidadão, esta falta de entendimento não se percebe.
Se por um lado existem aqueles que vêm em defesa de que está tudo bem, também há os que vêm defender o Sr. Presidente da Câmara, tal como li na “Crónica de João Carlos Silva”, no labor da semana passada e, apesar de notar algumas imprecisões nos reparos que faz, percebo a ideia.
Imprecisões, quando diz que a Sra. Presidente não diz que os “…sanjoanenses… ficariam melhor se essa área passasse para a competência da Junta”. A Sr.a Presidente da Junta deixa bem implícito que sim, ao armar que: “Tenho exemplos de colegas meus que conseguem fazer a mesma atividade com menos dinheiro”.
Estava presente na Sala dos Fornos, quando a Sr.ª Presidente da Junta, entregou ao Presidente da Concelhia, o formulário assinado de proposta de militância no PS. Isto, aconteceu no dia da tomada de posse da atual Assembleia Municipal e, compartilho dos mesmos sentimentos expostos na crónica de João Carlos Silva, em relação às razões que nos podem levar a militar num partido, sendo que não o devemos fazer por promessa e, muito menos para tirar benefícios pessoais e ainda menos para usarmos essa militância como forma de chantagem.
Por muito que as comadres estejam chateadas, existe já na entrevista da Sr.ª Presidente a solução (já expectável) para pôr m a este teatro, ou seja, assim que a competência das pequenas obras nas escolas passarem para a Junta de Freguesia tudo estará bem!
E se isso acontecer, acredito que acabará esta farsa teatral e “Habemus Candidata”!
Eu quero mais para a minha cidade!