CACOTELEFONIA MATINAL
Há uns dias foi profusamente noticiado que a ministra da Saúde tinha sugerido à DGS que a utilização de testes fosse universalizada e de forma gratuita. Ela disse e eu ouvi “o Estado paga”. Na manhã do dia seguinte a grande tarefa na TSF era entrevistar representantes de associações das indústrias têxteis e da construção civil em que ambas as entidades se limitavam a dizer que não podiam suportar os custos com os testes, que os testes não deveriam abranger todos os trabalhadores, mas só os que eles – indústrias – entendessem e que precisavam era de mais apoios (quem não precisa???) e etc. e tal. Não percebo este jornalismo. Então se a ministra disse que seria o Estado a pagar os testes qual o objetivo de colocar em discussão quem paga os testes? Era caso para dizer bem alto. É o Estado, ó estúpido…
Balha-me Deus!
SERÁ SÓ IMPRESSÃO MINHA?
Não costumo abordar aqui questões locais porque, para bem da ironia, os noticiários nacionais são muito mais produtivos em temas. Mas esta semana não vou resistir à tentação. E porquê? Ora bem. Existe a perceção pública de que, na política, aqueles que se posicionam à direita se apresentam sempre como os grandes defensores da iniciativa privada e os outros, os esbanjadores, querem que seja tudo público para estragarem o dinheiro todo. É certo que nem sempre os argumentos a favor do privado são válidos por aí além. Aquele de “os privados é que sabem gerir…” lembram-me muitas vezes casos como os do BPN, do BES e outros, mas a verdade é que alguns cidadãos apreendem que “privados=direita” e que “público=esquerda”. Mas voltemos à política local. O atual executivo municipal, de esquerda, decidiu reformular a gestão do estacionamento à superfície e dos parques de estacionamento e entregar a sua gestão a privados. Esta poderá ser uma boa decisão desde que acautelados os interesses do Município como, esperamos, será feito. Mas a oposição, a tal “de direita”, de raiz favorável à gestão dos privados, muito embora tenha votado “nim” a essa proposta dos “da esquerda” contestou parcialmente a medida (novo parque de estacionamento) com o argumento de que uma gestão direta pelo Município seria melhor para o interesse público. Portanto, se a esquerda (câmara) defende a gestão por privados, a direita (oposição) defende que o melhor seria uma gestão pública. Aqui chegados é caso para perguntar se a pandemia não estará a ter também consequências para além daquelas que já conhecíamos. Está tudo ao contrário ou é impressão minha?
Balha-me Deus!
ALGUÉM PODE FALAR AO COSTA?
Espero poder continuar a ser um assíduo telespetador dos comentários do cada vez mais sanjoanense Marques Mendes. E não sou só eu. Como acho que já aqui escrevi o meu gato, o preto, é um companheirão nessas noitadas, principalmente quando o tempo está chuvoso. Fica borralheiro, ao meu lado e já deu para perceber o quanto ele também admira os comentários de MM. O meu outro gato, o branco, que por acaso é gata, não evidencia tanto afeto. Pelo contrário. Quando o programa começa levanta-se, espreguiça-se, dá umas lambidelas nas patas e…zarpa. O preto não. Embora de olhos fechados ca de orelhas guiadas porque – entenderá ele – para ouvir não precisa de ver. Só abre os olhos assustado quando o comentador se excita, eleva o tom de voz, parece que se enerva, abana freneticamente as mãos e dá saltinhos na cadeira, o que normalmente acontece quando perde alguma da calma que tem ao tentar explicar que o Governo não está a fazer determinadas tarefas como ele acha que devia ser. Se o Costa faz assim, ou se ainda não disse como vai fazer, lá está MM a saltitar de nervosinho e a avisar que o Costa já deveria ter dito ou que, quando fizer, deveria seguir o que MM acha que devia ser feito. É que depois não venham dizer que ele não avisou. É que MM tem um dom muito especial que é o de prever o que vai acontecer se não fazerem como ele acha que deveria ser feito. Lembram-se do BES? Do que ele disse antes uns dias do caso rebentar? Que era seguro e coisa e tal? Pois. Ninguém lhe dá ouvidos e depois… queixem-se! Daí que, para evitar os sobressaltos do meu gato preto, eu peça a alguém que conheça o Costa ou que tenha o número dele, que lhe diga para estar mais atento ao que diz Marques Mendes. É que, se estiver, sempre poderá fazer algumas das coisas que ele diz e, se o fizer, o meu gato dormita mais descansado…
Balha-me Deus!