Dadas as circunstâncias pandémicas, a tradicional visita oficial do Governador de Distrito 1970, Sérgio Almeida, a S. João da Madeira foi feita no dia 27 de fevereiro por videoconferência através da fez um balanço da sua atividade e traçou metas para o futuro. A sessão contou a com a presença de entidades oficiais, membros de 18 Clubes do Distrito, chegando a ultrapassar a meia centena, Clara Reis, presidente da Assembleia Municipal, e das vereadoras da câmara Irene Guimarães e Paula Gaio.
“Depois de tanto tempo de ausência de contactos pessoais”, Alcides Sá Esteves, do Rotary de Estarreja, demonstrou estar “feliz por poder partilhar aquele momento”, lembrando que sendo “Rotary a maior organização mundial de serviços, é nos momentos de crise que os clubes rotários são mais necessários às suas comunidades”. Por sua vez, a vereadora Irene Guimarães, falou em nome do presidente, cuja agenda não lhe permitiu estar presente, e lembrou os grandes valores de Rotary. Já Peter Gay, presidente do Club Rotaract de SJM, demonstrou que para jovens “esta tem sido também uma época difícil, devido às diferentes circunstâncias que os condicionam, estudos, início da atividade profissional, confinamento”, manifestando “esperança de que, em breve, as circunstâncias possam alterar-se e os jovens rotários voltem à realização dos seus projetos”.
O presidente do club sanjoanense, José Rocha, salientou os projetos que o clube tem vindo a promover como apoiar os profissionais e as instituições ligadas à saúde, patrocinar sete bolsas de estudo, atividades da Universidade Sénior por teleconferência, oferecer presentes de Natal aos jovens do centro de acolhimento e a 72 crianças englobadas nos cabazes de Natal da Câmara, apoiar uma família de refugiados Sudaneses e a reconstrução de instalações sanitárias a um casal vítima de AVC. Por concluir, mas em desenvolvimento estão a entrega de uma cadeira de rodas elétrica a uma utente do Lar da Misericórdia e a construção de uma casa para uma senhora inválida e carenciada.
José Rocha referiu ainda que a Universidade Sénior cedeu oito computadores portáteis ao Centro de Acolhimento para o ensino à distância e que há projetos “suspensos” devido à pandemia, como a Sopa Solidária, uma visita de crianças do C.A.T ao Zoo de Lourosa e o III Salão Internacional de Artes Plásticas. No seguimento do que é tradição, Jorge Miguel fez uma tela com o retrato do Governador a quem a mesma será entregue pessoalmente assim que for possível.
Em relação à pandemia, o Governador realçou que “apesar de tudo, temos conseguido dar a volta, abrir oportunidades e reforçar a nossa estrutura de valores. É necessário perceber porque é que 116 anos depois da sua fundação, o Rotary continua a ser tão relevante na vida das comunidades. Somos um movimento discreto, mas com uma atuação pública muito relevante, porque lutamos por causas, desde logo definidas pelo nosso lema ´dar de si antes de pensar em si´”. “Alguns dizem que tive azar em ser governador neste ano tão difícil, mas considero que tive sorte em poder servir nestas circunstâncias”, considerou Sérgio Almeida, acreditando que “mais cedo ou mais tarde, vamos poder voltar a alguma normalidade, mas não é altura de o fazer”. “Neste momento temos que nos concentrar no apoio às comunidades, e nós conseguimos fazê-lo, basta ver a facilidade e a rapidez com que conseguimos entrar em ação no início da pandemia, dando um apoio inestimável aos profissionais a às instituições de saúde e de solidariedade social”, continuou Sérgio Almeida, destacando a iniciativa “Ensino para todos” que visa atribuir computadores a jovens com carências.
“No nosso distrito, somos 2000 rotários, 89 clubes, que têm dado e vão continuar a dar uma resposta muito positiva, há muitas necessidades e muita fome. O facto de estarem aqui tantos clubes é um sinal de que vamos conseguir dar a volta por cima. O Rotary Club de S. João da Madeira continua a ser um clube de referência, com uma obra reconhecida. Deixo um desafio: que nos próximos anos continuem nesta senda, para que a comemoração dos 60 anos do clube (em 2023) seja um momento ainda mais importante”, referiu o Governador. “A nossa fórmula continua bem viva, dar de si, antes de pensar em si, procurar sinais de esperança, dar sinais de afeto, encontrar soluções, porque, hoje, mais do que nunca, a sociedade precisa de Rotary”, concluiu Sérgio Almeida.