O inverno da gente Pesa o inverno no largo, do Santo António, da Praça,
O sol fraco com os seus raios vai atraindo os peões,
Que se juntam a adorar o astro-rei que lhes passa
Num sorriso leve, cálido, ao juntar tais corações.
Tantos são os adoradores, descrentes que já andariam
Com graus abaixo de zero, encolhidos pelo frio,
Aqueles que vamos vendo, e por nós passeariam
A juventude agressiva ao ancião mais vadio.
Cruzam-se agora rapazes, ao lado c´o as raparigas,
Um ou outro mais idoso, não passeia, a brincadeira
Aqueles! Na algaraviada de outras tantas cantigas
O anoso! Confortado, com a esperança da lareira.
É assim esta estação, não deixa de ter beleza,
A neve com os seus flocos enche os pinheiros de alvuras,
Dá mais brilho ao sol que é frio, traz uma certa tristeza,
Aos corações já mais frágeis, pelos anos de aventuras,
Mas é inverno, e o seu destino, será a próxima primavera,
A neve também aquece, temporária certamente,
Friolenta obedece à Natureza que a gera,
Vai-se e deixa a sua alvura nos rostos de quem a sente.