Manhã de graus negativos…saímos, e tiritamos,
As mãos tremem, não aquecem, o sangue não chega lá,
Por muito que o vírus exija na obrigação de as esfregarmos
Com gel de álcool e “água benta”! O frio lá estará…
Chegamos à nossa Praça, sol encoberto, coitado,
Bem quer romper entre as nuvens, o gelo não o permite,
Embuçados, apressamos os passos, mas com cuidado,
Para não se tropeçar, os que sofrem de artrite.
Toda a gente esfrega as mãos, mas há que as descalçar,
Das luvas que mal aquecem, p´ra afugentar o inimigo,
Mais outro além do vírus, não menos p´ra recear,
Sobretudo o mais idoso, como nós, já tão antigo…
E…consegue-se escrever estas linhas tão singelas,
Apesar de tais senãos, o viver! Nosso objetivo
Na expectativa armada, com receio que as estrelas,
Regelem como nós próprios e a poesia! O motivo…
E assim irem-se as fontes principais da inspiração,
De quem teve e terá algo que ainda o rejuvenesce,
O bastante p´ra puder invocar uma razão
Que sempre justificará escrever o que o merece.