Esta será a última época de Pedro Ribeiro à frente dos destinos da secção de hóquei em patins da Associação Desportiva Sanjoanense. Sete anos depois de ter assumido o comando da modalidade, o dirigente garante não estar disponível para continuar alegando motivos de ordem “pessoal e profissional”. “Esta tem sido a pior época desde que lá estou. Tem sido bastante desgastante porque estamos a falar de uma quebra de receita na ordem dos 60%, o que faz com que seja muito complicado gerir a casa”, explica Pedro Ribeiro, sublinhando, no entanto, que “a decisão já estava alinhavada”. “Costumo dizer que ando sempre com a secção às costas e isso não pode ser”, acrescenta o dirigente, que admite existir alguma dependência pela sua gestão. “As contas aparecem pagas”, acrescenta.

Esta tem sido uma temporada particularmente difícil devido às restrições resultantes da pandemia e foi precisamente isso que levou Pedro Ribeiro a manter-se à frente da secção numa altura em que ponderava dar por terminado um ciclo. Com o cancelamento da última época, em março de 2020, e as dificuldades que se desenhavam pela frente, o dirigente confessa que “pensou com o coração, em vez de pensar com a cabeça” e começou a preparar a atual temporada confiante que o início iria ser feito com a situação pandémica ultrapassada. “Não imaginávamos que iríamos chegar a esta altura e estivéssemos nesta situação. Fizemos o orçamento a contar com a receita da bilheteira e mais patrocínios. Mas ainda estamos em abril e a situação continua complicada e não sabemos o que nos espera”, explica o responsável, sublinhando que “está a ser penoso acabar a época”. Apesar das dificuldades, Pedro Ribeiro garante que “até 31 de julho os compromissos assumidos vão ser religiosamente cumpridos”, mas admite que com uma quebra das receitas na ordem dos 60% “alguém vai ter de se chegar à frente”.

Numa altura em que o clube já deveria começar a preparar a próxima temporada o dirigente espera que, entretanto, apareça uma direção com vontade de dar continuidade ao trabalho que foi realizado, mas com “ideias e projetos novos e uma ambição sustentada financeiramente”. “Espero que quem pegar no clube que o leve pelas mesmas diretrizes que seguíamos e com cabeça, para não perder todo o trabalho realizado”, refere o dirigente, assegurando que quem entrar “não vai encontrar dívidas”.

Cortar para chegar ao fim

Foram precisamente as dificuldades, que se acentuaram esta época com a pandemia, que levaram Pedro Ribeiro a “cortar a eito” para que fosse possível chegar ao fim da época. Exemplo disso foi a desistência da participação na Taça WSE, numa altura em que a autarquia sanjoanense já tinha garantido que iria suportar 80% dos custos. “Mesmo os 20% que nos cabiam a nós eram incomportáveis. Se estamos com dificuldades não podemos dar um passo maior do que a perna, senão o trambolhão é maior”, explica Pedro Ribeiro, que, ainda assim, considera que “o desporto de competição está a passar ao lado” dos responsáveis pela autarquia sanjoanense. “S. João da Madeira está vocacionado para o desporto de formação e não existe para o desporto de competição”, acrescenta o dirigente, lamentando também que os principais patrocinadores das três equipas seniores da secção sejam de fora de s. João da Madeira. “Sinto-me triste porque a cidade tem muitos adeptos, mas depois, em termos de retorno de patrocínios, deixa muito a desejar”, concluiu Pedro Ribeiro, assegurando que apesar da saída estará sempre disponível para ajudar.

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