Agora que as eleições autárquicas se aproximam e se adivinha a recandidatura do atual presidente a um segundo mandato à Câmara Municipal de São João da Madeira, percebemos o quanto o mesmo cresceu de importância dentro do próprio partido, sendo
que o seu maior feito foi, efetivamente, ter vencido as eleições em 2017.
Apesar de, na minha opinião, a eleição deste executivo ter adormecido o dinamismo natural da cidade e de pouco de relevante terem demonstrado neste mandato mesmo e, independentemente, da situação pandémica que vivemos, esta não pode nem deve ser usada como desculpa para tudo.
Esta eleição serviu para alavancar Jorge Sequeira para outras posições de destaque mediático sendo que no campo político interno foi eleito e reeleito Presidente da Federação Distrital do seu partido, posição essa que tem grande influência, na execução das listas de candidatos às eleições, quer legislativas, quer autárquicas. No campo autárquico foi eleito presidente da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria (AMTSM), e esta é responsável pela gestão do Sistema de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais (STAR), que atravessa os territórios de Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Vale de Cambra, pela gestão do Parque Empresarial para a Recuperação de Materiais das Terras de Santa Maria (PERM) e pelo Canil Intermunicipal da Associação de Municípios de Terras de Santa Maria, entre outras atividades. E, mais recentemente
foi nomeado pelo Conselho de Ministros para exercer funções de membro efetivo no Congresso dos Poderes Locais e Regionais Europeus.
Assistimos a uma mudança de paradigma, onde até 2017 os presidentes de Câmara de São João da Madeira, serviam a cidade, promovendo-a como o concelho mais desenvolvido da região de Entre o Douro e Vouga, com captação de investimento para a indústria e para o comércio, em particular o comércio de empreendedor, com especial destaque para o comércio tradicional, com captação de investimento para a educação e formação, com investimento em infraestruturas, e acontecia que esses presidentes anteriores tiveram sempre o mérito de se “servirem” do cargo, para fazer crescer e destacar a importância de São João da Madeira na região e no país. Todavia, aquilo a que assistimos, no momento, neste mandato são efetivamente a algumas visitas de membros do governo ao nosso concelho, sem que isso trouxesse alguma benesse para a nossa cidade.
No entanto, ao recebermos a notícia destas nomeações, percebemos para que é que, atualmente, o cargo de Presidente da Câmara serve. Se a cidade não tirou benefício da proximidade política partidária entre quem está no governo com quem está no executivo camarário, então esta serve apenas para a promoção do Presidente da Câmara, que com estas nomeações cresce de importância dentro do seu próprio partido.
Ao aumentar a relevância dentro do seu partido, no sentido inverso ao decréscimo de importância do nosso concelho na região, leva-me a pensar nos “porquês” deste urgente acréscimo de promoção pessoal. Logo, podemos pensar que, para o atual Presidente, o trabalho na presidência desta câmara não será suficiente, satisfatório, ou mesmo motivador, na medida da sua ambição pessoal.
Adivinhando-se a recandidatura do atual Presidente a um novo mandato, é legítimo perguntar se o candidato se pode comprometer com a totalidade desse eventual mandato? Ou será apenas a cabeça de cartaz para dar a mão a outro qualquer membro do executivo camarário, saindo para outras funções assim que for nomeado, deixando a Câmara entregue ao nº 2?
Estarão os Sanjoanenses dispostos a votar em alguém que estará na Câmara, apenas até aparecer algo melhor para si? Eu, sinceramente, espero que não!
Espero que os Sanjoanenses votem em alguém que se comprometa com um projeto de concelho que nos tire desta dormência de “importância” a que este executivo nos levou.
Eu quero mais para a minha cidade!