Fora de portas levamos, além de máscaras o olhar,
Meio encobertos tentamos saber quem nos surge em frente…
Será um amigo ou não? A dúvida sempre a teimar:
Cumprimento ou não quem vem? Cumprimento certamente!
Quem será este cristão? Até será muçulmano,
Pelo sim ou pelo não: boa tarde meu amigo;
Por trás da máscara a voz, que pouco terá de humano,
Tão velada andará para nosso eterno castigo!
Agora a saudação menos que um gesto amigável,
Traz algo de automático, p´ra se cumprir o registo,
Que outrora era algo mais, a denunciar nosso afável,
Talvez um pouco de amor, e que sempre era bem visto…
E assim vai-se perdendo, aos poucos, gestos usuais,
Traduzidos pelo vírus, talvez em simples momices,
De cotovelos e pés e punhos outros que tais,
Mais próprios, talvez simiescos, trejeitos de macaquices…
Desculpemo-nos uns aos outros, julgamos ser temporário,
Tal tipo de saudação, tão malévolo e bacano!
Aguardemos novos tempos, p´ra se voltar ao diário,
Dos velhos gestos tão simples, mais próprios do ser humano.