O labor falou com o autor do livro “Abat-Jour”
Por se encontrar em isolamento profilático, Orlando Ferreira Barros, o vencedor da última edição do Prémio Literário João da Silva Correia (PLJSC) – Poesia não pôde estar presente na sessão solene do passado domingo. Em seu nome, foi Marçal Correia, filho do saudoso João da Silva Correia, a receber o respetivo prémio.
Para além do autor d’ “Abat-Jour”, também se destacaram no PLJSC José Manuel Teixeira, com “Linha d’Agua”, e Davide Argiolas, com “Depois da tempestade, a memória”. A cada um deles foi atribuída uma menção honrosa, mas só o primeiro marcou presença na breve cerimónia que teve lugar na Casa da Criatividade, inserida nas comemorações do 16 de maio.
Prémio merecia uma sessão à parte das comemorações do 16 de maio
Por falar em breve cerimónia, Orlando Ferreira Barros defendeu – em declarações ao labor obtidas à margem da sessão – que “a atribuição do prémio literário deve ter a sua encenação própria, exclusiva, separada de todas as comemorações que o Município entende por bem fazer”. Não fosse, na sua opinião, “um momento alto em que se destaca uma figura proeminente sanjoanense, mas também a cultura portuguesa”.
Também ao nosso jornal o escritor leiriense a residir em Viana do Castelo disse ter tomado conhecimento do Prémio Literário João da Silva Correia através da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, na sua secção “Prémios Literários em Destaque”. Apesar de já ter ganho vários prémios literários em prosa e literatura dramática, foi a primeira vez que concorreu a este de poesia, promovido pela câmara, através da Biblioteca Municipal. E a verdade é que ficou “eufórico” com esta sua participação, como o próprio confidenciou.
Orlando Ferreira Barros não conhecia João da Silva Correia, mas, “depois de pesquisar, achei curioso que a sua pouca saúde o tenha levado abandonar os seus negócios para se dedicar à escrita e à cultura”. O mesmo não acontece em relação a S. João da Madeira, cidade que “conheço bem”, dada a proximidade com Arouca, onde “tenho uma quinta em frente à Serra da Freita”.
Questionado sobre “Abat-Jour”, o autor licenciado em Filologia Germânica e doutorado em Ciências da Educação definiu-o como “um livro de poesia sui generis, já que, a par de poemas líricos, há também ironias poéticas, umas em brasileiro, outras em castelhano”.
Aliás, também o júri já havia salientado o “sentido de humor” da obra que emana de “uma linguagem segura que consegue brincar consigo própria”, como o nosso semanário noticiou oportunamente.