A Câmara Municipal de S. João da Madeira e o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) assinaram, esta segunda-feira, o protocolo do “Primus”. Um projeto que visa a prevenção das doenças cardiovasculares junto das escolas e das empresas. Algo possível apenas com o trabalho desenvolvido em rede entre a câmara municipal, o CHEDV, o Agrupamento de Centros de Saúde do EDV, os Agrupamentos de Escolas, a Associação Comercial e Industrial e as empresas do concelho.

O projeto-piloto “Great” vai chegar até às escolas do 1º ciclo, onde, desde o ano letivo 2018/2019, a câmara municipal pôs em prática a medida de mais uma hora de Educação Física por semana, em que o professor titular é coadjuvado por um outro com formação nessa área. Três anos letivos depois de ter sido implementada, o impacto desta medida no desenvolvimento dos alunos vai ser avaliada ao nível de parâmetros como a altura, o peso, a pressão arterial e a aptidão física.

Já o projeto-piloto “Cardiogap” vai ter como público-alvo os trabalhadores das empresas, sendo a primeira experiência realizada na Cartonagem Trindade. O pretendido é preencher uma lacuna existente entre o diagnóstico feito através da Medicina do Trabalho e o encaminhamento para consulta no Centro de Saúde. Se até aqui a Medicina no Trabalho sempre que identificava um trabalhador com alguns fatores de risco de poder vir a ter doenças cardiovasculares recomendava que o mesmo marcasse uma consulta no Centro de Saúde, uma opção que ficava sempre dependente do doente, agora o objetivo é que o agendamento seja direto. Isto é, o médico da Medicina do Trabalho partilha os resultados da avaliação do doente e agenda diretamente uma consulta com o seu médico de família. Caso seja necessário, estes doentes sinalizados podem ser encaminhados para o serviço de Cardiologia do CHEDV.

 

“A saúde é o bem mais precioso que existe”

 

“A saúde é o bem mais precioso que existe”, por isso, a concretização deste projeto é “muito importante para S. João da Madeira”, considerou Irene Guimarães, vereadora da Saúde, durante a cerimónia de assinatura do protocolo do “Primus” realizada no auditório do Museu da Chapelaria. Momento em que o presidente Jorge Sequeira recordou que foi o seu executivo que criou o pelouro da Saúde na Câmara Municipal de S. João da Madeira. “Uma tradição que espero que seja irreversível e que o Município continue sempre a olhar pela saúde dos cidadãos”, disse. Além da criação deste pelouro, o autarca recordou a criação de outras medidas municipais relacionadas com a Saúde, em conjunto com outras entidades, como a comparticipação da vacina contra o rotavírus a todos os recém-nascidos no concelho, a cadeira dentista e o aumento de mais uma hora de Educação Física semanal aos alunos do 1º ciclo. A propósito desta última medida, Jorge Sequeira divulgou que a contratação dos professores formados em Educação Física para apoiar os professores titulares de turma representa um custo de 40 mil euros anuais para o Município. Recordamos que a medida original que integra o programa eleitoral apresentado pela candidatura socialista liderada por Jorge Sequeira previa uma hora diária de Educação Física para o 1º ciclo. Até ao momento, tal não chegou a ser concretizado. A mais recente medida municipal relacionada com a Saúde passa a ser então o “Primus” que é “um projeto extraordinário e importante porque a prevenção é fundamental”, realçou Jorge Sequeira.

 

“Vamos provar cientificamente os resultados da medida”

 

Ao CHEDV cabe assegurar o pessoal e o equipamento técnico para a coordenação científica deste projeto com o apoio logístico do Município. Um trabalho que não vai ter um custo acrescido para o CHEDV. “Os recursos que já dispomos vão ser reorganizados”, adiantou Miguel Paiva, presidente do centro responsável pelos hospitais de S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e de Oliveira de Azeméis, salientando que é através de projetos como este em que há uma convergência entre os cuidados de saúde e os órgãos autárquicos que conseguem cumprir a sua missão. “Se nos fecharmos num casulo não cumprimos na totalidade a nossa missão”, constatou Miguel Paiva, frisando não ter dúvidas que com este projeto vão “identificar pessoas que iam continuar desguarnecidas na comunidade”.

O presidente do centro hospitalar da região destacou ainda a importância de avaliar sempre o trabalho que é feito, referindo-se em concreto ao projeto de mais uma hora semanal de Educação Física para os alunos do 1º ciclo em S. João da Madeira. “Com este projeto vamos colmatar essa fragilidade que existe. Vamos provar cientificamente os resultados da medida e melhorar a qualidade de vida dos jovens”, revelou Miguel Paiva.

 

“Vivemos numa região com uma resposta cardiovascular insuficiente”

“Queremos um serviço de hemodinâmica” para serem concretizados procedimentos menos invasivos como o desbloqueio de artérias, anunciou Miguel Paiva

Ao longo da sua intervenção, Miguel Paiva deixou bem claro que “vivemos numa região com uma resposta cardiovascular insuficiente”, dando a conhecer que o CHEDV tem vindo a tomar medidas no sentido de contrariar essa tendência, mas é preciso mais. Segundo o presidente do centro hospitalar, só no último ano aumentou em mais de 50% o quadro de pessoal e investiu em equipamentos. “Queremos um serviço de hemodinâmica” para serem concretizados procedimentos menos invasivos como o desbloqueio de artérias, anunciou Miguel Paiva, adiantando que o pedido já foi formalizado junto da Administração Regional de Saúde do Norte.

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