Sobras de refeições, cascas de frutas e legumes, folhas e ervas do jardim vão passar a ser valorizados 

 

À recolha seletiva que já é feita em cerca de 2.000 moradias e que será estendida aos edifícios de habitação coletiva, a autarquia quer juntar a recolha de biorresíduos, também efetuada porta-a-porta, tanto no setor doméstico como no setor não doméstico. A ideia é, à semelhança do que aconteceu na cidade de Parma (Itália), fazer em S. João da Madeira (SJM) “o funeral do último contentor coletivo”, como disse, uma vez mais, o presidente da câmara, esperando concretizar este seu desiderato “dentro de alguns anos”.

Nesta “batalha pelo Ambiente”, SJM não quer perder mais tempo e, por isso, o executivo municipal já se antecipou à “Diretiva-Quadro Resíduos”, da União Europeia, que estabelece a obrigatoriedade de recolha seletiva de biorresíduos a partir de 2023.

O Estudo para o Desenvolvimento do Sistema de Recolha de Biorresíduos – cuja versão preliminar foi apresentada publicamente por videoconferência na semana passada – decorre dessa mesma obrigatoriedade. João Vaz, da EcoGestus, foi o porta-voz da equipa técnica da Universidade Aberta que em parceria com a edilidade desenvolveu o documento, com financiamento assegurado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática. O relatório final só estará disponível em julho.

Encontrando-se em fase de consulta pública, este estudo tem como principal objetivo definir um plano de recolha seletiva de biorresíduos, nomeadamente de sobras de refeições, cascas de frutas e legumes, folhas e ervas do jardim e da sua respetiva valorização. Tal permitirá diminuir o envio para aterro destes biorresíduos e aumentar a recolha seletiva e a reciclagem, possibilitando, por exemplo, a criação de composto para plantas.

Início da recolha ainda sem data

Questionado pelo labor sobre quando avançará este novo sistema de recolha no concelho, Jorge Sequeira falou na possibilidade de isso acontecer “até ao fim de dezembro deste ano”, mas não adiantou uma data concreta. Concretamente, apenas disse que “já temos procedimentos de contratação pública em fase muito adiantada”.

Aliás, conforme avançou o autarca, “grande parte dos contentores já foi comprada” e está na posse da edilidade.  Não só esta aquisição, como também a compra de “um camião específico” e ainda ações de sensibilização e formação junto da opinião pública estão contemplados na candidatura a fundos europeus, no valor de cerca de 240 mil euros, que o Município apresentou tendo em vista atingir a meta comunitária imposta pela diretiva europeia e que, entretanto, viu ser aprovada.

Contas feitas, está previsto “nos próximos anos um investimento de cerca de 850 mil euros (40 euros por habitante)” em S. João da Madeira só no que concerne à recolha de biorresíduos.

Da parte da entidade gestora em alta (Ersuc), representada nesta sessão pública por Ricardo Henriques, foi dada a certeza de que “até meados de 2022” será feito um investimento nas suas unidades para TMB (Tratamento Mecânico e Biológico) de Aveiro e Coimbra, assim como na Estação de Transferência de Ossela (Oliveira de Azeméis). Nesta última, serão feitas obras de adaptação sobretudo a pensar na receção e no devido tratamento dos biorresíduos oriundos de S. João da Madeira, dada a proximidade geográfica.

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