Jorge Sequeira não faz drama e garante que concurso será relançado
Uma vez mais, as obras do centro cívico “vieram à baila” numa reunião de câmara. Digamos que este tema recorrente também contribuiu para a discussão que animou o período de antes da ordem do dia, durante o qual foram aflorados vários assuntos, “desde os fundamentos da democracia à toponímia das obras municipais”, como referiu Jorge Sequeira.
Em nome da coligação PSD/CDS-PP, para além de “apontar o dedo” ao atraso na conclusão da empreitada e ao facto de “o empreiteiro continuar a fazer o que quer no espaço público”, Paulo Cavaleiro mostrou preocupação relativamente ao estacionamento.
“Ficámos a saber pelo jornal que o concurso ficou deserto”, levando a “mais um atraso neste processo”, disse. E, também de acordo com o vereador da oposição, “não foi por falta de aviso da nossa parte” que esta “questão estratégica para o desenvolvimento do centro da cidade” continua como está, com a autarquia “há três anos a perder receita”.
“Nada mudou”, atirou o social-democrata, sendo esta, na sua ótica, “uma marca [da maioria PS] difícil de compreender quando estamos quase a concluir as obras” e também “no fim do mandato”.
“Em muitos concursos há vicissitudes”, diz o presidente da câmara
Contrariamente a Paulo Cavaleiro, o líder do Município considera – e disse-o nesta sessão de 8 de junho realizada por videoconferência – que, atendendo a toda a crise pandémica que se viveu/vive, “a obra [cujo término estava previsto para o mês passado] decorreu a um bom ritmo”. “Estamos com pouquíssimos dias fora do prazo”, fez ver o autarca, chamando à atenção, ainda, para que “na zona dos CTT e da capela de Santo António”, onde a intervenção já está concluída, “esse espaço já foi apropriado ao fim de semana por muitas famílias, por muitos munícipes”.
Quanto ao concurso público internacional para a celebração de um contrato de concessão de exploração de estacionamento e de reabilitação urbana, Jorge Sequeira não fez drama, uma vez que “em muitos concursos há vicissitudes”. Casos, por exemplo, das empreitadas da Escola Básica e Secundária Dr. Serafim Leite e do Mercado Municipal, em que os concursos tiveram igualmente de ser relançados.
Nesta situação em concreto, conforme explicou o edil, “houve uma proposta que foi apresentada, mas que não está dentro do preço. Portanto, o concurso tecnicamente é um concurso que terá de ser relançado”.
Neste momento, “está a decorrer a audiência prévia desse interessado, porque formalmente ele tinha de ser notificado da decisão de arquivar esse procedimento”. Além disso, a autarquia está “a contactar os principais ‘players’ para perceber as razões pelas quais soçobraram as propostas” e está “também a analisar a questão com o nosso consultor financeiro”.
“Vicissitudes à parte”, Jorge Sequeira garantiu que “não desistimos do propósito que nos anima que é o de reformular completamente o estacionamento e fazer aquela operação de reabilitação urbana na Rua Padre Oliveira”.
Como o labor já noticiou oportunamente, em mais do que uma edição, trata-se de uma concessão que envolve uma operação integrada de gestão e modernização do estacionamento (com soluções de pagamento eletrónico), resgate dos dois parques subterrâneos já existentes e requalificação urbanística. Com esta nova solução defendida pelos socialistas, S. João da Madeira vai ter um novo parque de estacionamento, a criar entre as ruas Padre Oliveira e Júlio Dinis, como parte integrante de um projeto imobiliário que contempla habitação e serviços e que vai preencher o vazio urbanístico atualmente existente na Rua Padre Oliveira.
Ainda em fevereiro deste ano, o presidente da câmara adiantou ao nosso jornal que a adjudicação poderia “vir a ser feita até ao final deste ano”. Por sua vez, o “vice” José Nuno Vieira avançou a possibilidade de a construção do parque de estacionamento “deverá se iniciar” no segundo semestre de 2022.